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“Ele Fez de Novo!”: Duda Salabert diz que Governo Trump trocou gênero do seu visto americano para “masculino”

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"Ele Fez de Novo!": Duda Salabert diz que Governo Trump trocou gênero do seu visto americano para "masculino"

Mundo – A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) revelou que seu visto para os Estados Unidos foi emitido com a marcação de gênero masculino, apesar de sua identidade de gênero trans ser reconhecida no Brasil. A parlamentar, convidada para um curso em Harvard por uma organização internacional, enfrentou a situação ao renovar seu documento, que estava vencido. O caso, que ecoa a experiência da também deputada trans Érika Hilton (PSOL-SP), gerou críticas de transfobia e levou Salabert a buscar soluções diplomáticas, enquanto denuncia o que considera um desrespeito aos direitos humanos e à soberania brasileira.

O consulado americano informou Salabert que seu visto seguiria a política do governo dos EUA, que reconhece apenas dois sexos – masculino e feminino – considerados imutáveis desde o nascimento. A justificativa, baseada na Ordem Executiva 14168, assinada pelo presidente Donald Trump em sua posse em 2025, determina que documentos como passaportes e vistos reflitam o “sexo biológico” do portador. A embaixada dos EUA reforçou que registros de vistos são confidenciais e que a política segue a ordem de Trump, que proíbe o uso de “ideologia de gênero” em documentos oficiais.

“Essa situação é mais do que transfobia: é um desrespeito à soberania do Brasil e aos direitos humanos mais básicos”, declarou Salabert nas redes sociais. Ela destacou que a decisão não afeta apenas ela e Hilton, mas todos que defendem a dignidade e o direito à identidade. A deputada, uma das duas únicas parlamentares trans da Câmara, afirmou estar em diálogo com o Itamaraty para reverter a situação.

O caso de Salabert é semelhante ao enfrentado por Érika Hilton, que também teve seu visto americano emitido com gênero masculino. Hilton classificou a decisão como “transfobia de Estado”, criticando a imposição de critérios que desrespeitam a identidade de gênero reconhecida no Brasil. Ambas as deputadas enfrentam o mesmo obstáculo: a nova política americana, que contraria legislações brasileiras e normas internacionais de direitos humanos.

A controvérsia tem origem na ordem executiva assinada por Trump, intitulada “Defendendo as mulheres do extremismo da ideologia de gênero e restaurando a verdade biológica ao governo federal”. O decreto estabelece que existem apenas dois gêneros, definidos na concepção: mulheres, que produzem “a grande célula reprodutiva”, e homens, que produzem “a pequena célula reprodutiva”. A medida proíbe o uso de fundos federais para promover conceitos de gênero além dessa dicotomia e exige que documentos oficiais, como vistos, sigam essa regra.





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