Desvios no INSS: PF rastreia milhões transferidos a entidades de fachada
Brasil – Uma investigação sigilosa revelou que milhões de reais foram desviados de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para contas bancárias de pessoas ligadas a entidades conveniadas ao órgão. A apuração rastreou movimentações financeiras que comprovam os desvios, registrados em extratos bancários analisados pelos investigadores.
Segundo o inquérito, grande parte dessas entidades não possuía estrutura administrativa para gerenciar os valores recebidos e, na prática, funcionavam como organizações de fachada.
Em muitos casos, o dinheiro sequer permanecia nas contas das entidades: rapidamente era redistribuído para terceiros, dificultando o rastreamento dos recursos.
As investigações avançam, e o levantamento do sigilo dessa etapa pode ocorrer nos próximos dias, o que deverá expor detalhes do funcionamento do esquema.
Até agora, porém, não há provas que liguem diretamente o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, ao desvio de recursos. Não foram encontrados documentos ou movimentações bancárias que apontem benefício pessoal ao ministro.
Apesar disso, atas de reuniões internas indicam que Lupi foi informado, em 2023, sobre descontos em folha de pagamento realizados sem a autorização dos beneficiários do INSS, prática que teria beneficiado as entidades fraudulentas.
Atualmente, o caso tramita na primeira instância judicial. Caso surjam provas envolvendo diretamente o ministro ou qualquer parlamentar federal, o processo deverá ser encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), conforme estabelece a legislação brasileira.
O escândalo levanta questionamentos sobre a fiscalização de convênios no âmbito da Previdência e ameaça respingar em autoridades de alto escalão, dependendo dos desdobramentos das próximas fases da investigação.