Deputados da ALEAM reduzem a própria jornada de trabalho para apenas dois dias na semana
Amazonas – A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) aprovou, nesta quinta-feira (13), a redução do número de dias de sessões parlamentares, gerando reações negativas em grande parte da população. Antes, as sessões aconteciam três vezes por semana – às terças, quartas e quintas-feiras pela manhã. Com a nova medida, os parlamentares passarão a trabalhar apenas dois dias por semana, com as sessões programadas para terças e quartas.
A decisão, tomada às pressas e sem consulta popular, foi aprovada de maneira unânime pelos deputados estaduais, que justificaram a alteração como uma forma de otimizar a dinâmica de trabalho e melhorar o fluxo de tramitação de matérias legislativas. Contudo, a aprovação dessa medida não foi acompanhada por uma alteração nas prerrogativas dos parlamentares, cujos rendimentos permanecem elevados, gerando desconforto entre os cidadãos do Amazonas.
Com o novo formato, a redução de dias úteis de trabalho na Assembleia coincide com o aumento das tensões sobre os altos salários dos deputados. Cada parlamentar recebe, atualmente, uma remuneração de 33 mil reais mensais. Além disso, possuem uma cota parlamentar de R$ 49,8 mil destinada a custear despesas com gabinete, assessoria jurídica e locação de veículos, que são pagos com recursos públicos.
A medida foi aprovada em um contexto de crescente desconfiança em relação à classe política. Para muitos cidadãos, a diminuição dos dias de trabalho na Aleam se soma a uma sensação de improdutividade, já que os parlamentares continuam recebendo salários elevados e utilizando uma significativa cota de recursos públicos enquanto sua carga horária de trabalho foi reduzida. A decisão gerou indignação nas redes sociais, onde muitos acusam os deputados de priorizar seus próprios interesses, enquanto a população enfrenta dificuldades em diversas áreas.
Enquanto a reforma legislativa segue seu curso, o debate sobre a relevância da redução das sessões e a relação custo-benefício dos altos salários dos deputados permanece acirrado. A população exige mais ação e menos privilégios para aqueles que deveriam representar suas necessidades.
A Aleam, agora, se vê diante de um desafio: como reconquistar a confiança do povo diante de uma medida que muitos consideram um retrocesso?