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Deputado é investigado por compra de votos após aliados serem flagrados com R$ 6 milhões

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Brasil – A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito para investigar o deputado federal Antonio Doido (MDB-PA) por suposta compra de votos, corrupção e lavagem de dinheiro. O pedido foi motivado pela apreensão de R$ 6,1 milhões em espécie com dois aliados do parlamentar, em ações realizadas pela Polícia Federal no Pará.

A primeira apreensão ocorreu em 4 de outubro de 2024, dois dias antes do primeiro turno das eleições municipais. O policial militar Francisco de Assis Galhardo do Vale foi preso em flagrante ao tentar sacar R$ 5 milhões em uma agência bancária em Castanhal. A segunda aconteceu em 17 de janeiro de 2025, quando a PF encontrou R$ 1,1 milhão em posse de Jacob Serruya Neto, assessor direto de Antonio Doido à época. Após a prisão, Serruya foi exonerado do cargo na Câmara dos Deputados.

Segundo a PGR, os indícios apontam para um esquema de desvio de recursos públicos e posterior lavagem do dinheiro, supostamente coordenado pelo deputado. A suspeita é que parte desses valores tenha sido usada para compra de votos nas eleições de 2024 e para pagamento de propina a agentes públicos.

As investigações revelaram que, entre março de 2023 e outubro de 2024, o PM Francisco Galhardo realizou ao menos 15 saques em espécie, totalizando R$ 48,8 milhões. Somente entre junho e outubro de 2024, em plena campanha eleitoral, foram R$ 26 milhões. Os saques ocorreram em agências do Banco do Brasil nos municípios de São Miguel do Guamá e Castanhal.

A origem do dinheiro, segundo a PGR, está vinculada a uma empresa registrada em nome da esposa de Antonio Doido. Em mensagens extraídas do celular do policial Galhardo, o próprio deputado aparece coordenando pagamentos. Em um dos diálogos, Doido ordena a entrega de R$ 380 mil a um homem identificado como Geremias — valor que foi posteriormente encontrado em um veículo na porta da agência bancária no momento da prisão.

A Procuradoria pediu que o STF amplie o escopo da investigação, inicialmente centrada apenas em crimes eleitorais, para abranger também corrupção, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional.

Defesa

Em nota, a defesa de Antonio Doido repudiou o que chamou de “vazamento criminoso de informações sigilosas” e afirmou que o deputado já prestou todos os esclarecimentos às autoridades. “O parlamentar tem total tranquilidade quanto à legalidade dos atos praticados no exercício do mandato”, diz o comunicado.

A investigação segue em curso no STF sob sigilo.

Com informações do Metrópoles. 

 





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