Brasília Amapá |
Manaus

Corrupção na Justiça: desembargadores são investigados por esquema de venda de decisões

Compartilhe
Corrupção na Justiça: desembargadores são investigados por esquema de venda de decisões

Brasil – Cinco desembargadores da Bahia são investigados pela Polícia Federal (PF) suspeitos de participarem de um esquema criminoso voltado à venda de decisões judiciais e tráfico de influência, na Bahia.

Os magistrados investigados pela Operação Injusta Causa são a ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA), Maria Adna Aguiar, e os desembargadores Norberto Frerichs, Washington Pires Riberio, Esequias Oliveira e Maria das Graças Boness.

Maria Adna Aguiar, Norberto Frerichs e Washington Pires Riberio foram “aposentados compulsoriamente”, em decisão votada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), nessa terça-feira (9/5).

Já os desembargadores Esequias Oliveira e Maria das Graças Boness, o CNJ aplicou punições classificadas como ‘censura’, que, conforme o conselho, se refere ao magistrado que não pode entrar em lista de promoção por merecimento durante um ano, a partir da penalidade.

Conforme informado pelo G1, os magistrados foram afastados em 2019, quando a Operação Injusta Causa foi deflagrada, no entanto, eles voltaram às atividades em maio de 2020, após determinação do TRT.

Em 2021, devido a uma ação civil de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal (MPF), a ex-presidente do TRT, Maria Adna Aguiar, foi afastada pela segunda vez.

Caso em Brasília

Dois desembargadores do TRF da 1ª região – Hercules Fajoses e Maura Moraes Tayer – também serão investigados por suposta demora para proferir decisões em processos que envolvem o pagamento de quase R$ 1 bilhão aos cofres da União. A determinação é do corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, que determinou o envio dos autos para a Corregedoria-Geral da Justiça Federal.

A dívida cobrada é decorrente das fraudes na construção do Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, em SP, nos anos 1990.

Em representação à Corregedoria Nacional de Justiça, a AGU acusa a LCC Empreendimentos e Construções, ligada ao Grupo OK, de má-processual e de tentar causar tumulto na ação para atrasar o pagamento da quantia milionária.

A AGU aponta, ainda, morosidade na tramitação de uma apelação e um agravo interno. “Em que pese já decorrido mais de 5 anos da interposição desses recursos, ainda não houve a sua apreciação”, afirma.

Segundo a autora da representação, é enorme o prejuízo em decorrência disso para os cofres públicos.

No que tange ao agravo interno, Salomão verificou que em 23/3/23 foi proferida uma decisão a respeito de conflito de competência pela desembargadora Federal Maura Moraes Tayer.

“Nesse contexto, verifica-se a regularidade e atualidade da tramitação processual, o que não atrai a atuação da Corregedoria Nacional. Registre-se, por oportuno, que a jurisprudência sedimentada do CNJ admite como razoável, para a prática de atos jurisdicionais, prazo de até 100 (cem) dias.”

Já em relação à apelação, considerou que em 5/3/20 os autos foram conclusos para decisão, e desde então, o processo não recebe impulso oficial. No mais, em 8/2/21 foi juntada petição, sendo esta a última movimentação processual.

“Assim, passados mais de 100 (cem) dias desde a última providência judicial, reputo necessária a apuração da existência de eventual morosidade injustificada no trâmite processual pela Corregedoria especializada, nos termos do disposto no artigo 23 do Regulamento Geral da Corregedoria Nacional, que autoriza ‘delegar a apuração dos fatos objeto da representação por excesso de prazo para a respectiva Corregedoria de Justiça à qual estiver vinculado o magistrado’.”

Com efeito, determinou o envio dos autos para a Corregedoria-Geral da Justiça Federal, de forma a apurar eventual morosidade injustificada no trâmite processual.


...........

Siga-nos no Google News Portal CM7