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Coniventes: deputadas encerram Mês da Mulher em silêncio sobre caso de violência doméstica do presidente da Aleam

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Amazonas – O Mês Internacional da Mulher, celebrado em março, chega ao fim sem que as deputadas da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) – Alessandra Campelo, Joana Darc, Mayra Dias, Mayara Pinheiro e Débora Menezes – se pronunciem sobre um grave caso de violência contra a mulher envolvendo o atual presidente da Casa, Roberto Cidade. Na última semana deste mês simbólico, dedicado à luta pelos direitos e à proteção feminina, o silêncio dessas parlamentares chama atenção, especialmente diante das denúncias feitas por Lilian Barbosa Vieira, ex-esposa de Cidade, que o acusou de violência psicológica, ameaça e injúria.

Lilian prestou queixa contra o deputado em 17 de outubro de 2024, conforme investigação da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), à qual o Portal e TV CM7 Brasil teve acesso exclusivo. Ela relatou que a primeira agressão física ocorreu no Dia dos Pais de 2015, quando foi empurrada contra a parede e enforcada por Cidade. Para se defender, a vítima afirmou que precisou arranhar o rosto do agressor para que ele a soltasse. Durante o interrogatório, o deputado negou as acusações, classificando-as como inverídicas.

Além do episódio de violência física, Lilian denunciou um padrão de humilhações e agressões verbais. Segundo seu relato à polícia, Cidade a insultava constantemente com termos como “puta”, “fodida”, “escrota” e “gorda”, além de frases depreciativas como “que não era nada”, “que não prestava pra nada” e “que uma puta da rua fodia melhor que ela”. A vítima também declarou que o deputado dizia tê-la “tirado da beira do esgoto”. Confrontado com essas alegações, Cidade limitou-se a afirmar que, como em qualquer casal, houve desentendimentos, mas que não se lembrava de usar tais expressões. Diante das provas apresentadas por Lilian, o parlamentar foi indiciado pelos crimes de violência psicológica contra a mulher, ameaça e injúria.

Diante da gravidade das denúncias, o silêncio das deputadas estaduais da Aleam se destaca de forma incômoda. Alessandra Campelo, Procuradora da Mulher na Casa, foi duramente cobrada nas redes sociais por não se posicionar sobre o caso. A parlamentar, que não fez uso da tribuna nem de suas plataformas digitais para repudiar as ações de Roberto Cidade ou demonstrar apoio à vítima, viu sua omissão ganhar ainda mais peso pelo contexto político: em 2024, durante o período eleitoral, quando as acusações emergiram, ela estava ao lado de Cidade, apoiando sua campanha à Prefeitura de Manaus. Integrante do mesmo grupo político do deputado, Alessandra revela uma postura seletiva que compromete sua imagem como ‘defensora da mulher’, gerando questionamentos sobre a autenticidade de seu engajamento com a causa feminina.
A ausência de posicionamento das deputadas Joana Darc, Mayra Dias, Mayara Pinheiro e Débora Menezes também reforça a percepção de que a defesa dos direitos das mulheres na Aleam pode estar condicionada a interesses políticos. Enquanto o Mês da Mulher se encerra, a omissão dessas parlamentares diante de um caso tão emblemático expõe uma contradição entre o discurso de proteção às mulheres e a prática de silêncio frente a um colega de Casa Legislativa. Até o momento, nenhuma delas quebrou a barreira do mutismo para abordar a violência sofrida por Lilian Barbosa Vieira, deixando um vazio significativo na representatividade feminina no Amazonas.





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