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Após escândalo envolvendo secretários, juíza afasta comandante da PM em Parintins e manda policiais voltarem a Manaus

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Amazonas – Uma decisão judicial emitida pela juíza eleitoral Juliana Arrais Mousinho, de Parintins, sacudiu o cenário político do município. A juíza determinou o afastamento imediato do Tenente-Coronel Francisco Magno Judiss da Silva do comando do 11º Batalhão da Polícia Militar. A medida, tomada em 29 de setembro de 2024, também exige o retorno a Manaus de todas as tropas enviadas à cidade, incluindo a Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) e o Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc).

A decisão judicial veio à tona após uma série de denúncias investigativas publicadas pelo Portal CM7 Brasil, que revelou vídeos nos quais secretários do Governo do Amazonas discutem o uso de forças policiais para beneficiar a candidatura de Brena Dianná, do União Brasil, no município. Entre os envolvidos nos vídeos estão Armando do Valle, diretor-presidente da Cosama, e o secretário de Estado da Cultura, Marcos Apolo Muniz, que mencionam estratégias para apreender materiais de adversários políticos e favorecer a candidata.

A juíza destacou que as ações revelam “indícios da prática de conduta vedada”, enfatizando o risco de interferências que poderiam comprometer a integridade das eleições municipais de 2024 em Parintins. A destituição do comandante da PM local, bem como o retorno das tropas especializadas, foram vistos como medidas urgentes para impedir o uso político das forças de segurança.

Outro ponto de tensão na decisão foi a ordem para que a Cosama suspendesse a distribuição de cestas básicas, ação que, segundo a magistrada, poderia ser usada como instrumento de influência política. Embora a medida atinja diretamente a estatal liderada por Armando do Valle, a juíza deixou claro que outros órgãos do governo estadual podem continuar com a distribuição assistencial no município.

Reforço das urnas por forças federais

Preocupada com a possibilidade de novas interferências, Juliana Arrais determinou que a segurança das urnas eleitorais será responsabilidade das Forças Armadas, com foco especial nas zonas rurais. Além disso, a Superintendência Regional da Polícia Federal no Amazonas foi acionada para fornecer reforço no monitoramento e fiscalização do processo eleitoral.

A intervenção judicial gerou uma forte repercussão em Parintins e no cenário político do Amazonas. A destituição do comandante e o retorno das tropas especializadas foram vistos como tentativas de garantir a imparcialidade do pleito e evitar o uso abusivo do poder durante a campanha eleitoral. Por outro lado, a proibição das cestas básicas pela Cosama trouxe à tona debates sobre o uso de programas assistenciais para captar votos, o que é considerado uma prática ilegal.

A decisão da juíza Juliana Arrais, impulsionada pelas revelações do CM7, fortalece o papel do Judiciário em garantir eleições limpas e justas, sem interferências políticas ou uso inadequado de recursos públicos.

 





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