ALEAM vai gastar mais de R$ 1,3 milhão para empresa de construção reformar poltronas e sofás
 
                    Manaus – A Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM) destinou R$ 1.335.600,00 para a recuperação de 1.560 poltronas e 75 sofás do parlamento estadual. O contrato, assinado pelo presidente da Casa, deputado Roberto Cidade (UB), foi fechado com a Saracura Construção Ltda, uma empresa registrada no ramo da construção de edifícios, mas que, curiosamente, será responsável pela reforma do mobiliário.
Segundo dados do Portal da Transparência, já foram empenhados R$ 445.200,00 para o início dos serviços. O caso gera questionamentos, uma vez que a empresa contratada não possui como atividade principal a execução de serviços de tapeçaria ou marcenaria, mas sim obras civis.
A Saracura Construção, fundada em 2011 e sediada no bairro Planalto, zona centro-oeste de Manaus, é de propriedade de Gabriella da Silva Marques e possui capital social de R$ 2,5 milhões, estando enquadrada como Empresa de Pequeno Porte (EPP).

Apesar da surpresa sobre o novo contrato, a construtora não é uma novata nos negócios com a ALEAM. De 2018 a 2024, a empresa já recebeu R$ 5.413.073,20 dos cofres da Assembleia. Deste montante, R$ 3.385.005,14 foram pagos por serviços de engenharia, como a adequação do Centro de Mídias, em 2019. O restante foi destinado justamente à reforma de poltronas e sofás.
Falta de transparência
Outro ponto que levanta dúvidas é o processo de licitação. A contratação aparece registrada como “Pregão Eletrônico – Registro de Preços”, realizado em julho de 2025. No entanto, não há informações disponíveis sobre quantas empresas participaram, quais propostas foram apresentadas e os critérios utilizados para justificar a escolha da Saracura.
Além disso, o contrato firmado não está disponível para consulta pública, o que compromete a transparência e dificulta o acompanhamento pela sociedade.
Estranheza na contratação
A decisão da ALEAM de contratar uma construtora para reformar mobiliário funcional reforça a desconfiança sobre a real lisura do processo. Para críticos, a medida pode indicar direcionamento ou, no mínimo, falta de critérios técnicos na escolha da empresa.
Enquanto isso, o Legislativo estadual se prepara para gastar mais de R$ 1,3 milhão em poltronas e sofás, em um momento em que o Amazonas enfrenta sérios desafios em áreas como saúde, educação e segurança pública.

 
    



 
 
         
         
         
         
        