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Terr0rista da Al-Qaeda lavava dinheiro para o CV e foi investigado na mesma operação contra MC Poze

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Terr0rista da Al-Qaeda procurado pelo FBI lavava dinheiro para o CV e foi investigado na mesma operação contra MC Poze

Brasil – Uma megaoperação da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ), deflagrada nas primeiras horas desta terça-feira (3/6), expôs uma rede de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho (CV) que envolve o cantor MC Poze do Rodo, sua esposa Vivi Noronha e, surpreendentemente, Mohamed Farah de Almeida, um terrorista da Al-Qaeda procurado pelo FBI. A ação, que cumpre 35 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em São Paulo, revelou a conexão entre o crime organizado brasileiro e o terrorismo internacional.

Operação desmantela esquema milionário

A operação, conduzida pelas delegacias de Roubos e Furtos (DRF) e de Repressão a Entorpecentes (DRE), mira um esquema sofisticado que teria movimentado R$ 250 milhões em dinheiro sujo do tráfico de drogas e outras atividades criminosas. Segundo a PCRJ, empresas de fachada, eventos e restaurantes, como o Picanha do Juscelino, no Complexo do Alemão, eram usados para dissimular a origem ilícita dos recursos. O restaurante, localizado em frente à Praça do Campo do Seu Zé, onde ocorre o baile Escolinha do Professor, funcionava como polo logístico e símbolo de poder do CV.

Entre as empresas investigadas, destaca-se a Leleco Produções, apontada como operadora de lavagem de dinheiro e promotora de bailes funk que serviam para vender drogas e difundir a chamada “narcocultura”. Leonardo dos Santos Oliveira, responsável pela empresa, teria recebido valores de operadores do CV, incluindo Nikolas Fernandes Soares, conhecido como “NK”, segurança do traficante “Doca”, e Gustavo Miranda de Jesus, ligado ao chefe do tráfico “Professor”. A empresa GM de Jesus Produções Ltda., de Gustavo, também foi identificada como parte do esquema, com movimentações financeiras suspeitas.

Mohamed Farah: a conexão com a Al-Qaeda

O nome de Mohamed Farah de Almeida, identificado como operador financeiro do CV, trouxe uma reviravolta às investigações. Procurado pelo FBI por sua suposta atuação como operador de valores para a Al-Qaeda, Farah teria um “histórico relevante” no sistema financeiro informal do CV, segundo a PCRJ. Dados obtidos por cooperação internacional revelam que ele usava empresas e eventos de fachada para lavar dinheiro, conectando o crime organizado brasileiro a redes de financiamento do terrorismo global.

MC Poze e Vivi Noronha no centro das acusações

O cantor MC Poze do Rodo e sua esposa, Vivi Noronha, também são alvos da operação. Empresas em nome de Vivi teriam sido usadas para “limpar” milhões de reais do CV, com depósitos feitos por criminosos que, posteriormente, recebiam os valores “lavados”. A Justiça autorizou o bloqueio de bens e valores de mais de 35 contas bancárias ligadas ao esquema. Em 2024, Poze já havia tido bens apreendidos em outra operação da PCRJ, e o recente “sumiço” de suas músicas no Spotify levantou questionamentos não explicados pela plataforma.

Nos últimos dias, Vivi Noronha usou as redes sociais para acusar policiais de furto durante as buscas, mas a PCRJ sustenta que as ações foram legais e visam desarticular a rede criminosa. A corporação criticou a “narcocultura” promovida por figuras públicas, afirmando que “o que se vende como liberdade de expressão ou arte da periferia é, muitas vezes, financiado pelo CV para recrutar, dominar e iludir a juventude”.





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