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Roubo no INSS é considerado um dos mais perversos da história da humanidade; saiba quem são os responsáveis

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Roubo no INSS é considerado um dos mais perversos da história da humanidade; saiba quem são os responsáveis

Brasil – Entre 2019 e 2024, um esquema bilionário de fraudes no INSS desviou cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas, afetando até 4,1 milhões de pessoas. Associações e sindicatos, muitas vezes de fachada, cadastravam beneficiários sem autorização, descontando mensalidades de R$ 30 a R$ 50 diretamente de seus benefícios, além de empréstimos consignados sem autorização.

Essas entidades prometiam serviços como descontos em academias ou planejamento funerário, mas, na prática, não entregavam nada, operando com assinaturas falsificadas e laranjas. O esquema, intensificado por uma normativa de 2019 que facilitou descontos associativos, foi liderado por figuras como o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, que movimentou R$ 24,5 milhões em cinco meses, e pela advogada Cecília Rodrigues Mota, que presidia duas associações de fachada e realizou 33 viagens em um ano, tendo Paris e Dubai dentre os destinos. 

JORNAL DIREITA TV on X: "🚨 ESCANDÂLO DO INSS - Lobista do INSS recebia 27,5% de cada desconto obtido sobre aposentado. - Conhecido como “Careca do INSS”, Antonio Carlos Antunes captava filiados

‘Careca do INSS’
Cecília Rodrigues Mota

A fraude veio à tona em 2023, após denúncias e uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), que entrevistou 1.273 beneficiários e constatou que 97,6% não autorizaram os descontos. A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em abril de 2025, revelou a extensão do golpe, com 211 mandados de busca e apreensão, apreensão de R$ 1,7 milhão em dinheiro, 141 joias e 60 veículos de luxo. Alertas ignorados desde 2023 pelo então ministro da Previdência, Carlos Lupi, e a demora na ação do INSS, levaram à demissão do presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, e à saída de Lupi em maio de 2025, pressionado por omissão.

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Carlos Lupi

O Governo Federal suspendeu todos os descontos associativos e prometeu devolver os valores indevidos a partir de junho de 2025, utilizando R$ 2 bilhões bloqueados das contas das entidades. A restituição será feita automaticamente na folha de pagamento, sem necessidade de os beneficiários irem a agências, e um canal no aplicativo Meu INSS foi criado para solicitações. A Advocacia-Geral da União (AGU) formou um grupo para processar as associações e recuperar os recursos, enquanto o INSS abriu investigações internas contra 12 entidades, com prazo de 180 dias para conclusão. No entanto, a falta de um cronograma claro para a devolução mantém a incerteza.

Diante do escândalo, seis servidores afastados do INSS foram: Alessandro Stefanutto (ex-presidente), Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho (procurador-geral), André Paulo Feliz Fidelis (ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão), Geovani Batista Spiecker (diretor substituto de Benefícios), Vanderlei Barbosa dos Santos (diretor de Benefícios) e Jucimar Fonseca da Silva (coordenador-geral de Pagamento de Benefícios).

Relatórios da PF apontam que Virgílio aumentou seu patrimônio em R$ 18,3 milhões, com imóveis avaliados em R$ 4,6 milhões, e Stefanutto é citado em anotações do “Careca do INSS” sugerindo propinas. Seis pessoas, ligadas a entidades de Sergipe, foram presas, mas seus nomes não foram divulgados.

Os envolvidos estão sendo investigados por falsidade ideológica, estelionato contra a União, organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que podem variar de 5 a 30 anos de prisão, além de multas e obrigatoriedade de devolver os valores desviados. Para muitos brasileiros, o crime é particularmente revoltante, pois afeta diretamente pessoas que dependem do INSS para sobreviver, tornando-o um dos episódios mais cruéis já registrados na gestão pública.



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