Quadrilha que desviou salário de Gabigol tinha atuação no Amazonas
Amazonas – O estado do Amazonas entrou na mira da Operação Falso 9, deflagrada nesta terça-feira (24/6) pelas Polícias Civis de três estados, com apoio do Ministério da Justiça, para desmantelar um sofisticado esquema de fraudes bancárias que desviava os salários de jogadores de futebol. Um dos alvos da investigação está no município de Lábrea, no sul do estado, onde foi cumprido um mandado de busca e apreensão.
Segundo as autoridades, a quadrilha utilizava dados pessoais de atletas profissionais, como nome, CPF e documentos, para abrir contas falsas em bancos. Com isso, os criminosos solicitavam a portabilidade do salário dos jogadores para essas contas fraudulentas, e, assim que o dinheiro caía, o grupo realizava saques, compras e transferências para dificultar o rastreamento.
Entre as vítimas do esquema estão nomes conhecidos do futebol brasileiro, como o atacante Gabigol, atualmente no Cruzeiro, e o zagueiro Walter Kannemann, do Grêmio. O prejuízo estimado é milionário, atingindo tanto os atletas quanto as instituições financeiras.
Durante a operação, a polícia encontrou cerca de R$ 400 mil em espécie escondidos em uma caixa de papelão, em uma casa em Cuiabá (MT), onde um dos investigados foi preso. Até o momento, R$ 135 mil foram bloqueados judicialmente.
Ao todo, foram expedidos 33 mandados judiciais, sendo:
- 22 de busca e apreensão,
- 9 de prisão preventiva,
- 2 de prisão temporária.
As ações ocorreram nos estados de Mato Grosso, Rondônia, Paraná e Amazonas, demonstrando a atuação interestadual e tecnológica da organização criminosa.
As investigações começaram no início do ano, após uma instituição financeira detectar movimentações suspeitas em contas vinculadas a nomes de atletas. A partir disso, a polícia identificou um grupo com elevado grau de especialização em fraudes digitais, que já vinha operando de forma estruturada.
A Operação Falso 9 segue em andamento para localizar outros integrantes da quadrilha e tentar recuperar os valores desviados. A Polícia Civil alerta que novos mandados podem ser expedidos conforme o avanço das investigações.
