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“O povo não aguenta mais”: assassinat0 de empresária mostra que bandidos comandam Manaus no lugar da SSP

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"O povo não aguenta mais": assassinato de empresária mostra que bandidos comandam Manaus no lugar da SSP

Manaus – Na noite de quarta-feira (27), a cidade de Manaus foi palco de mais um assalto que resultou na morte da empresária Edy Cláudia Oliveira Alves, uma mulher de 41 anos, proprietária de uma choperia. O crime ocorreu em frente à sua residência, quando ela chegava em casa com suas filhas. O assassino, ainda não identificado, abordou Edy em uma motocicleta, anunciou o assalto, e, atirou a sangue frio contra a vítima mesmo tendo roubado os pertences.

A tragédia expõe a fragilidade da segurança pública em Manaus e no Estado do Amazonas, onde a população vive acuada pela crescente onda de violência. Bandidos estão cada vez menos respeitando as autoridades, desmoralizadas por escândalos de corrupção e até ligações com o tráfico de drogas.

Ranking da Violência

Os dados alarmantes revelados pelo Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública indicam que o Amazonas ocupa o terceiro lugar no Ranking Nacional de Mortes Violentas Intencionais (MVI), com uma taxa de 38,8 por 100 mil habitantes, quase o dobro da média nacional. A capital, Manaus, encontra-se na lista das 50 cidades mais violentas, com uma taxa de 53,4 mortes por 100 mil pessoas, ocupando 3º lugar no ranking das capitais mais violentas do Brasil. Além disso, o estado do Amazonas também apareceu entre os três Estados com as maiores taxas de homicídios do país. Uma situação que evidencia a urgência de medidas eficazes para conter a escalada da criminalidade que transformou a cidade em um verdadeiro faroeste a céu aberto.

 

A crise de segurança em Manaus e no Amazonas aponta para a desordem dentro da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP-AM), que ao longo do ano de 2023 foi marcada por inúmeros episódios que desmoralizaram a pasta frente à da população, envenndo tando secretários como servidores públicos e agentes policias.

Crise na SSP

O escândalo envolvendo o ex-secretário de Segurança Pública, Carlos Alberto Mansur, destituído em agosto após ser alvo da Operação Comboio, revelou a presença de crimes de extorsão e corrupção na alta cúpula da pasta. Entre os alvos da investigação esteve Victor Mansur, filho do ex-Secretário de Estado de Segurança Pública do Amazonas, Carlos Alberto Mansur. Victor ocupou a chefia do Núcleo Especial de Operações de Trânsito (Neot) quando a pasta de segurança pública estava sob o comando de seu pai.

Após ser exonerado, Carlos Mansur  foi substituído pelo atual secretário, Coronel Vinícius, no entanto, as polêmicas persistiram em outros casos, envolvendo uma possível influência de facções criminosas dentro da SSP.

Tráfico infiltrado na pasta

No dia 11 de dezembro, após repercussão nacional da matéria do Metrópoles, a SSP-AM exonerou Lanalbert Nunes Obando, de 43 anos, do cargo de gerente da Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai). Ele é irmão do narcotraficante internacional Sérgio Roberto Obando, de 49 anos. Paralelamente a este ocorrido, membros da facção Comando Vermelho (CV) no Amazonas ainda usaram suas redes sociais para delatar políticos e servidores públicos que estariam ligados às atividades criminosas.

O servidor cuidava de informações sigilosas de investigações policiais. A demissão de Obando ocorreu duas horas depois do portal de notícias Metrópoles pedir esclarecimentos sobre o caso à pasta. Ele foi nomeado ao cargo pelo Governo do Amazonas em outubro deste ano. Mas até o momento, não se sabe de quem partiu a indicação para que ele assumisse o cargo de inteligência na Secretaria.

Falta de transparência

Além disso, a falta de transparência por parte da Secretaria de Segurança Pública (SSP) agrava a situação. Faltando menos de 72h para o fim do ano de 2023, o site da SSP apresenta dados de homicídios desatualizados, sem incluir os meses de novembro e dezembro, revelando uma falha grave na prestação de informações à população. Em um momento crítico como este, a transparência e a comunicação eficiente são fundamentais para que a sociedade possa compreender a dimensão do problema.


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