“O Cabeça do Esquema”: Simão Peixoto se torna foragido da Justiça por lavagem de dinheiro em Borba
Amazonas – Após se tornar alvo da Operação Garrote, o prefeito Simão Peixoto (Progressistas) se tornou foragido da Justiça nesta terça-feira (23). Prefeito, familiares, assessores e empresários de Borba tiveram prisões preventivas decretadas pela Justiça do Amazonas e que está sendo realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), após denúncia do Ministério Público do Amazona (MP-AM).
Segundo a informação, a Operação determinou o afastamento do prefeito do cargo e já prendeu alguns assessores. No entanto, o próprio Simão Peixoto não foi encontrado na cidade. Ele teria saído do município com destino a Apuí.
Esquema
Simão Peixoto de Lima, e de sua esposa, Aldine Mirella de Souza de Freitas e outras 9 pessoas ligadas à prefeitura de Borba estão envolvidos em lavagem de dinheiro e fraude de licitações, com prejuízo de quase R$ 30 milhões aos cofres públicos. O esquema também envolvia um dos polêmicos estabelecimentos da cidade, o Mercadinho Du Primo. A investigação, iniciada a partir dos Procedimentos Investigatórios Criminais, revelou uma série de ilícitos, incluindo associação criminosa, fraudes em licitação, lavagem de capitais e corrupção ativa e passiva, ocorridos na Prefeitura do Município de Borba.
Segundo o Ministério Público, as apurações indicaram que o grupo criminoso, chefiado pelo prefeito Simão Peixoto de Lima, envolvia parentes próximos, agentes públicos e pessoas jurídicas, que teriam cometido diversas fraudes nos procedimentos licitatórios do município, resultando no desvio de milhões de reais dos cofres públicos. Até o momento, foram identificados pagamentos suspeitos no valor de R$29.294.645,25. De acordo com os relatórios enviados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) e os dados obtidos durante o afastamento do sigilo bancário autorizado pela Justiça, foram encontradas transferências financeiras e aquisição de bens incompatíveis com a capacidade econômica dos investigados, evidenciando a ocorrência de lavagem de dinheiro. O Ministério Público também alega que os investigados buscaram ocultar e dissimular os ganhos financeiros ilícitos por meio de pessoas interpostas e aquisição de bens, configurando a prática de lavagem de dinheiro.
Durante as investigações, constatou-se que as transferências destinadas ao pregoeiro e à secretária de Finanças da Prefeitura de Borba representavam uma parte significativa do valor do contrato firmado por Michele de Sá Dias com o município. Essa descoberta reforça a existência de um possível “contrato de fachada”, onde os servidores públicos, em conluio com a empresa contratada, se apropriavam indevidamente de recursos públicos.