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MPAM investiga “Bonde dos Mauricinhos” e autoriza continuidade da Operação da Polícia Civil em Manaus

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MPAM investiga "Bonde dos Mauricinhos" e autoriza continuidade da Operação da Polícia Civil em Manaus

Amazonas – O Ministério Público do Amazonas (MPAM) está sob os holofotes da opinião pública após a repercussão de ações protagonizadas por um grupo de jovens conhecido como “Bonde dos Mauricinhos”. Apesar de negar o pedido de prisão temporária dos integrantes do grupo, o MPAM autorizou a continuidade das ações policiais em um caso que tem chocado Manaus.

Na semana passada, o coronel Marcus Vinícius, secretário de Segurança, anunciou o início de uma investigação para identificar aqueles que estão envolvidos no caso. O delegado Cícero Túlio, do 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), solicitou a prisão dos suspeitos mencionados, mas o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) apenas autorizou a realização de buscas, apreensão de materiais e a quebra de sigilo telemático.

Em uma nota oficial, o promotor André Alecrim Marinho, da 11ª Promotoria de Justiça Criminal, enfatizou que os membros do Ministério Público possuem independência funcional, conforme estipulado pela Constituição Federal.

Além disso, o promotor esclareceu que a decisão foi fundamentada nos requisitos estabelecidos pela Lei nº 7.690/1989 e no posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação às Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) nº 3360 e 4109, que definiram limites para a decretação da prisão temporária.

Os jovens Enrick Benigno, Marcus Vinicius Mota, Joaquim Neto e Pedro Baima ganharam notoriedade nas redes sociais graças à publicação de vídeos que exibem comportamentos de risco e atividades criminosas. As imagens mostram os suspeitos armados, dirigindo carros de luxo, ateando fogo em áreas de mata, disparando tiros em locais públicos e privados, e insultando moradores de rua. A exibição desse conteúdo gerou indignação e mobilizou a sociedade nas redes sociais, resultando em um clamor por justiça.

O promotor de Justiça André Marinho, da 11ª Promotoria de Justiça, justificou a recusa ao pedido de prisão temporária afirmando que “não se constatou procedimentos em nome dos representados” e que todos os envolvidos têm residência fixa. Para Marinho, até o momento não foram encontrados elementos que justifiquem a prisão dos jovens, mesmo diante da gravidade das acusações.

No entanto, o MPAM não se mostrou conivente com os atos do grupo e, diante dos indícios de crimes, autorizou a busca e apreensão de possíveis armamentos e artefatos explosivos, como coquetéis molotov. Além disso, a quebra do sigilo telemático dos envolvidos foi aprovada, uma medida que poderá ajudar a detalhar as ações do grupo e coletar mais evidências. A decisão final sobre essas autorizações será analisada pela Justiça do Amazonas nos próximos dias, de acordo com o parecer do Ministério Público.

As investigações tramitarão sob segredo de Justiça, ressaltando a seriedade do caso, que também envolve menores de idade entre os suspeitos. O coronel Marcus Vinícius, secretário de Segurança do Amazonas, já havia ordenado a identificação dos envolvidos antes da decisão do MPAM, mostrando que as autoridades estão atentas às consequências dessas ações na comunidade.

A situação evidencia a necessidade de um debate mais amplo sobre a responsabilidade das redes sociais na propagação de conteúdos prejudiciais e a resposta judicial diante de comportamentos delinquentes. O promotor André Alecrim Marinho destacou a autonomia do MPAM em decidir, conforme a Constituição Federal, e reafirmou que o parecer se pautou pelos requisitos legais pertinentes.

Com a intensa repercussão e a confirmação de que algumas das ações ocorreram sob influência de álcool, a atenção do público e das autoridades segue atenta, aguardando as ações que se desenrolarão nas próximas semanas enquanto a investigação avança.

Num momento em que muitos jovens se veem influenciados por comportamentos de risco e desrespeito à legislação, este caso pode servir como um ponto de reflexão sobre as consequências dessas atitudes e o papel de cada um na sociedade. O que se espera agora é que a Justiça atue de maneira eficaz, garantindo que a incidência de crimes semelhantes não se repita em Manaus.

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