Médica é presa acusada de planejar a morte do marido advogado; veja vídeo
Brasil – Em uma reviravolta que chocou a sociedade, a médica cirurgiã plástica Daniele Barreto foi presa junto a mais seis pessoas, suspeita de participação no assassinato de seu marido, o advogado criminalista José Lael de Souza Rodrigues Júnior, em Aracaju – Sergipe. O crime, ocorrido em 17 de outubro, está sendo investigado como um homicídio premeditado, supostamente orquestrado pela viúva e executado por um grupo envolvido na emboscada.
A médica Rosane Rodrigues, irmã do advogado José Lael Rodrigues, assassinado em uma emboscada supostamente planejada pela própria esposa, afirmou nesta quarta-feira, 13, durante coletiva de imprensa sobre o caso, que a viúva, a cirurgiã plástica Daniele Barreto, não compareceu ao sepultamento do marido.
Rosane comentou que a família estranhou a postura da viúva. “Foi um comportamento muito incomum; ela não participou do enterro. No dia, soubemos que ela foi ao cabeleireiro. Em seguida, mandou uma empresa limpar o sofá e as cadeiras para remover o cheiro dele. Três dias depois, fui buscar roupas para meu sobrinho, que estava hospitalizado, e encontrei a empregada com malas prontas com todos os pertences do meu irmão, que ela iria doar. Ela também alugou uma casa de praia e, pelo que soube, viajou. Esse não é o comportamento esperado de uma viúva”, relatou.
Daniele, que possui um perfil com 145 mil seguidores nas redes sociais — agora fechado ao público —, chegou a publicar uma mensagem de despedida para o marido, elogiando-o como “um marido amoroso, pai presente” e afirmando que ele estaria “nos braços do pai”. No entanto, conforme as investigações avançaram, ela passou a ser vista como suspeita central no caso, com a polícia alegando que ela teria passado informações essenciais aos executores sobre os movimentos do marido.
O crime
Na noite de 17 de outubro, José Lael foi alvejado enquanto dirigia com seu filho de 20 anos, fruto de outro relacionamento. Segundo a Polícia Civil, a médica teria pedido para o marido sair para comprar açaí e, em seguida, teria informado sua localização aos executores. Dois homens em uma motocicleta abordaram o veículo e abriram fogo, atingindo o advogado e o jovem. José Lael morreu no local, enquanto o filho conseguiu dirigir até o hospital, onde recebeu atendimento médico e sobreviveu.
Imagens de câmeras de segurança analisadas pela polícia mostram que cerca de uma hora e meia antes do crime, Adriágina de Souza Cavalcante, secretária de Daniele, e Alvaci Feitoza, amiga próxima da médica, foram vistas em um carro conversando com os suspeitos. Após o encontro, as duas mulheres teriam retornado ao condomínio onde uma delas reside.
O envolvimento dos suspeitos
Além de Daniele Barreto, foram presos seis outros suspeitos:
- Alvaci Feitosa: amiga da médica, que teria alugado o veículo usado para seguir José Lael e transportado o atirador até o local do crime.
- Adriágina de Souza Cavalcante: secretária de Daniele, que, junto com Alvaci, teria colaborado no planejamento do assassinato.
- Pablo Ruan Silva: responsável por conduzir o veículo que levou Ronaldo Moura, o piloto da moto, até o ponto onde a emboscada foi armada.
- Ronaldo Moura Santos: pilotava a moto de onde foram disparados os tiros fatais.
- Luiz Carlos da Silva: teria auxiliado na contratação dos executores.
- Homem conhecido como ‘Panda’: identificado como o autor dos disparos, foi preso no dia 13 de novembro.
Os homens presos confessaram participação direta no crime. No entanto, as mulheres, incluindo a médica, mantêm a alegação de inocência.
Investigação e prova circunstancial
Segundo a delegada Juliana Alcoforado, a polícia acredita que Daniele, com acesso privilegiado ao marido e informações sobre seus movimentos, teve um papel fundamental ao alertar os executores sobre o momento em que ele deixaria o condomínio. As imagens de câmeras de segurança revelam que o veículo que seguiu o advogado já estava próximo ao edifício, aparentemente aguardando um sinal.
Defesa dos suspeitos
As defesas dos envolvidos negam as acusações. O advogado de Daniele argumenta que novos elementos serão apresentados para provar sua inocência e solicita que a prisão temporária seja convertida em domiciliar, alegando que ela tem um filho de dez anos e responsabilidades médicas com pacientes em pós-operatório. Já a defesa de Adriágina não se pronunciou, enquanto a defesa de Alvaci afirma que não existem provas para envolvê-la no caso. Os advogados de Ronaldo e Luiz Carlos também solicitam a revogação das prisões temporárias.