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Mais um servidor do IPAAM é preso pela PF, na 5ª fase da Operação Greenwashing

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Mais um servidor do IPAAM é preso pela PF, na 5ª fase da Operação Greenwashing

Amazonas – Na quinta-feira (19), a Polícia Federal prendeu mais um servidor do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) durante a 5ª fase da Operação Greenwashing. A identidade do preso não foi divulgada, mas ele é acusado de integração a um esquema criminoso que envolvia facilitação de licenças ambientais fraudulentas, suspensão de multas e autorização de desmatamentos irregulares em áreas protegidas.

De acordo com a PF, o servidor recebia propinas para omitir fiscalizações e agilizar processos de licenciamento em terras irregularmente apropriadas, contribuindo diretamente para a grilagem e o desmatamento ilegal. “Apura-se que o servidor, integrante de organização criminosa instaurada no órgão ambiental, favorecia o desmatamento em áreas indevidamente apropriadas, prejudicando severamente a preservação ambiental”, afirmou a PF em nota.

A Operação Greenwashing foi iniciada em junho deste ano, mas as investigações apontam que as fraudes fundiárias no Amazonas remontam a mais de uma década. Em fases anteriores, foram descobertos indícios robustos de corrupção, como a localização de R$ 20 mil em espécie escondidos em uma caixa de telefone celular na casa de um investigado. Em outro caso, um suspeito tentou frustrar as medidas judiciais, desistindo de embarcar em um voo após ter despachado sua bagagem.

Histórico de irregularidades no IPAAM

A prisão mais recente é parte de uma sequência de ações que colocaram o IPAAM sob intensa vigilância. Em 9 de dezembro, durante a 3ª fase da Operação “Expurgare” — um desdobramento da Greenwashing — o então diretor-presidente do órgão, Juliano Valente, foi exonerado. Valente é acusado de liderar o esquema e teve seus bens bloqueados junto com outros integrantes da organização criminosa. O prejuízo estimado dessas práticas é de quase R$ 1 bilhão.

Os crimes investigados não são novidade no IPAAM. Muitos dos envolvidos já haviam sido indiciados em 2019 durante a Operação Arquimedes, que revelou atividades semelhantes de fraude em licenças ambientais. Desde então, a rede criminosa expandiu suas ações para as regiões de Apuí e Novo Aripuanã, no interior do Amazonas.

Fraudes que atravessam décadas

A Operação Greenwashing também apura a falsificação de títulos de propriedade que resultaram na ocupação ilegal de cerca de 538 mil hectares de terras públicas. Segundo a investigação, o esquema começou em Lábrea, no sul do estado, e expandiu-se para outras áreas com o apoio de servidores e técnicos públicos. Entre 2016 e 2018, os criminosos passaram a inserir dados falsos no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF) para consolidar as fraudes.

Neste ano, em fases anteriores da operação, a PF realizou 108 medidas cautelares, suspensões do exercício de funções públicas e apreensões de bens, incluindo o sequestro de R$ 1,6 bilhão. Em Manaus, apartamentos de luxo foram alvos de busca e apreensão, evidenciando o estilo de vida ostentoso dos envolvidos.

Impactos socioambientais

As práticas ilegais investigadas pela Operação Greenwashing têm efeitos devastadores na preservação ambiental e no desenvolvimento sustentável do Amazonas. Ao favorecer o desmatamento e a grilagem, o esquema compromete não apenas a biodiversidade da região, mas também o sustento das comunidades locais que dependem dos recursos naturais para sobreviver.

A Polícia Federal reforçou que as investigações continuarão para desarticular completamente a organização criminosa e responsabilizar todos os envolvidos. Para a sociedade amazonense, o caso representa um alerta para a necessidade de maior transparência e controle na gestão de órgãos públicos voltados à proteção ambiental.

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