Mais um servidor do IPAAM é preso pela PF, na 5ª fase da Operação Greenwashing
Amazonas – Na quinta-feira (19), a Polícia Federal prendeu mais um servidor do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) durante a 5ª fase da Operação Greenwashing. A identidade do preso não foi divulgada, mas ele é acusado de integração a um esquema criminoso que envolvia facilitação de licenças ambientais fraudulentas, suspensão de multas e autorização de desmatamentos irregulares em áreas protegidas.
De acordo com a PF, o servidor recebia propinas para omitir fiscalizações e agilizar processos de licenciamento em terras irregularmente apropriadas, contribuindo diretamente para a grilagem e o desmatamento ilegal. “Apura-se que o servidor, integrante de organização criminosa instaurada no órgão ambiental, favorecia o desmatamento em áreas indevidamente apropriadas, prejudicando severamente a preservação ambiental”, afirmou a PF em nota.
Histórico de irregularidades no IPAAM
Os crimes investigados não são novidade no IPAAM. Muitos dos envolvidos já haviam sido indiciados em 2019 durante a Operação Arquimedes, que revelou atividades semelhantes de fraude em licenças ambientais. Desde então, a rede criminosa expandiu suas ações para as regiões de Apuí e Novo Aripuanã, no interior do Amazonas.
Fraudes que atravessam décadas
A Operação Greenwashing também apura a falsificação de títulos de propriedade que resultaram na ocupação ilegal de cerca de 538 mil hectares de terras públicas. Segundo a investigação, o esquema começou em Lábrea, no sul do estado, e expandiu-se para outras áreas com o apoio de servidores e técnicos públicos. Entre 2016 e 2018, os criminosos passaram a inserir dados falsos no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF) para consolidar as fraudes.
Neste ano, em fases anteriores da operação, a PF realizou 108 medidas cautelares, suspensões do exercício de funções públicas e apreensões de bens, incluindo o sequestro de R$ 1,6 bilhão. Em Manaus, apartamentos de luxo foram alvos de busca e apreensão, evidenciando o estilo de vida ostentoso dos envolvidos.
Impactos socioambientais
As práticas ilegais investigadas pela Operação Greenwashing têm efeitos devastadores na preservação ambiental e no desenvolvimento sustentável do Amazonas. Ao favorecer o desmatamento e a grilagem, o esquema compromete não apenas a biodiversidade da região, mas também o sustento das comunidades locais que dependem dos recursos naturais para sobreviver.
A Polícia Federal reforçou que as investigações continuarão para desarticular completamente a organização criminosa e responsabilizar todos os envolvidos. Para a sociedade amazonense, o caso representa um alerta para a necessidade de maior transparência e controle na gestão de órgãos públicos voltados à proteção ambiental.



