Mães e ex-alunas acusam dono de academia de jiu-jitsu de assédio e agressão no Novo Aleixo; professor nega; veja
 
                    Manaus – Um caso grave envolvendo acusações de assédio sexual e agressões físicas contra adolescentes veio à tona no bairro Novo Aleixo, Zona Norte de Manaus. Mães de alunos e ex-alunas do Instituto Taveira, uma academia de jiu-jitsu, registraram na noite desta quinta-feira (4/9) boletins de ocorrência na Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente, onde também funciona a Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher. O dono da academia, Djeimison Taveira é acusado de supostas práticas que incluiriam toques indevidos, ameaças e agressões contra jovens e adolescentes. O acusado nega as denúncias por meio de nota oficial.
Entre os relatos, uma ex-aluna, hoje maior de idade, narrou que começou a treinar na academia em 2022, aos 15 anos, e sofreu assédio por parte de Taveira. “Ele pediu meu Instagram e comentava todas as minhas fotos pessoais. Uma vez, ofereceu um quimono para que eu ‘ficasse com ele’. Ainda menor, ele tocou na minha perna sem permissão, e sei que outras meninas passaram por isso também”, relatou a jovem, que preferiu não ser identificada. Ela explicou que continuou frequentando a academia por amor ao jiu-jitsu e por não conhecer outras opções na época, além de temer represálias caso denunciasse os abusos à esposa do professor.
Outra mãe relatou que seu filho, de 14 anos, foi teria sido vítima de ameaças e humilhações. “Ele foi trancado em uma sala pelo professor, que ameaçou chamar traficantes para ‘dar uma ripada’ por causa de um namoro adolescente. Meu cunhado chegou em casa chorando, desesperado”, afirmou uma parente. Além disso, outra mãe denunciou que Taveira cortou o cabelo de seu filho sem autorização e, em outra ocasião, o agrediu fisicamente com tapas. “Não é a primeira vez. Ele já humilhou outros alunos e parece escolher rolar no tatame só com meninas, com segundas intenções”, completou.
Uma terceira mãe relatou que a esposa de Taveira também está envolvida em episódios de intimidação. “Ela criticou o corpo da minha filha, falando coisas ofensivas. Quando fomos confrontá-la, ela nos filmou, ameaçou mandar o vídeo para traficantes e disse que estávamos fazendo barraco”, declarou. Segundo as denunciantes, outras vítimas planejam registrar queixas, mas não puderam comparecer à delegacia no momento.
Investigação em andamento
As denúncias estão sendo apuradas pela delegada Juliana Tuma, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente. Os boletins de ocorrência incluem acusações de estupro e violência contra adolescentes, com base nos relatos de toques indevidos, ameaças e agressões físicas. As vítimas, incluindo três adolescentes presentes na delegacia, estão sendo ouvidas para esclarecer os fatos. A investigação também apura a alegação de que Taveira usaria uma identidade falsa em campeonatos, possivelmente para manter patrocínios.
A defesa do acusado
Em nota oficial, o Instituto Taveira repudiou as acusações, classificando-as como “irresponsáveis e caluniosas”. O comunicado destaca que Djeimison Taveira, presidente da instituição, sempre agiu com ética e responsabilidade social, atendendo mais de 100 alunos e 400 associados no bairro Novo Aleixo ao longo de nove anos. “O Instituto e seu presidente jamais adotariam condutas que colocassem em risco a integridade física ou emocional de qualquer criança ou adolescente”, afirma a nota, que promete tratar as acusações na Justiça para “resguardar a honra e a imagem” de Taveira e da instituição.

 
    







 
 
         
         
         
         
        