“Legislação Frouxa”: a polícia prende e o judiciário solta, diz Coronel Vinicius sobre queima de fogos do CV em Manaus; veja vídeo
Amazonas – Em uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (11), o Coronel Vinicius Almeida, Secretário de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), abordou os recentes acontecimentos envolvendo uma queima de fogos promovida por uma facção criminosa em Manaus e em cidades do interior do estado. A operação, que já estava sendo planejada há cinco anos, culminou na prisão de 51 pessoas suspeitas de apologia ao crime.
A operação policial, que envolveu a Polícia Civil e a Polícia Militar do Amazonas, resultou na detenção de 25 indivíduos na capital e 26 em diversas localidades do interior. Além disso, quatro adolescentes foram apreendidos. O balanço incluiu a apreensão de quase mil caixas de fogos de artifício, porções de drogas e uma arma de fogo na Zona Norte de Manaus.
Coronel Vinicius destacou a frustração tanto das forças de segurança quanto da sociedade amazonense diante das falhas na legislação atual. “A gente consegue entender muito a indignação da sociedade, nós também nos sentimos indignados. Não é fácil nosso profissional sair todo dia para enfrentar o povo, e nos sentimos tão indignados quanto. A gente vive com uma legislação que permite com que a queima de fogos seja feita em uma capital afrontando a democracia”, criticou o coronel.
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Ele ressaltou que, apesar dos esforços significativos do sistema de segurança pública, que no ano passado retirou do Amazonas mais de 43 toneladas de drogas – um recorde histórico –, a legislação parece não refletir as necessidades do povo. “Será que é normal a gente continuar a ter grandes lideranças do tráfico presas, apesar de serem presas quatro, cinco, seis vezes? Será que a nossa legislação realmente reflete o que o povo precisa?”, questionou.
O Secretário de Segurança também apontou que a responsabilidade pela segurança não pode ser atribuída apenas às polícias estaduais, já que o controle das fronteiras é uma questão federal. “A responsabilidade das fronteiras não é da Polícia Militar ou da Polícia Civil, é do governo federal”, explicou, defendendo uma divisão mais clara e justa das responsabilidades entre os diferentes níveis de governo.
Após a operação, os suspeitos foram levados para delegacias onde assinaram o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e, conforme a legislação atual, serão liberados. O Coronel Vinicius Almeida concluiu sua fala pedindo uma revisão urgente da legislação para que as ações criminosas sejam mais eficazmente combatidas, evitando que os esforços da polícia sejam em vão.