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Latrell Brito: saiba quem é o cantor que queria ser político, mas foi preso após esquemas com o PCC; vídeos

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Latrell Brito: saiba quem é o pagodeiro que queria ser político, mas acabou preso após esquemas com o PCC

Brasil – O cantor de pagode Vagner Borges Dias, conhecido artisticamente como Latrell Brito, foi identificado como o principal alvo de uma operação deflagrada nesta terça-feira (16/4) pelo Ministério Público de São Paulo, visando desmantelar um esquema de fraudes em contratos públicos em favor de empresas associadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Segundo as investigações da Operação Mundicia, empresas vinculadas a Latrell obtiveram diversos contratos com prefeituras, câmaras municipais e o governo estadual. Estes contratos foram adquiridos através do pagamento de propinas a autoridades e da manipulação de concorrências em licitações. Como resultado, três vereadores foram detidos: Ricardo Queixão (PSD), de Cubatão; Flavio Batista de Souza (Podemos), de Ferraz de Vasconcelos; e Luiz Carlos Alves Dias (MDB), de Santa Isabel.

A juíza Priscila Devechi Ferraz Maia, que autorizou o mandado de prisão de Latrell Brito, destacou que a empresa do cantor, a Vagner Borges Dias ME, apresentou um “aumento significativo” em seu patrimônio durante o período em que obteve esses contratos, seja diretamente ou através de empresas em nome de seus funcionários.

Latrell, que se intitula como cantor de “pagode proibidão”, possui uma considerável audiência nas redes sociais, contando com quase 1 milhão de seguidores no Instagram. Na plataforma, ele compartilha vídeos de suas performances musicais, assim como aspectos de sua vida pessoal e itens de moda de grife.

Em 2020, o cantor lançou seu primeiro álbum, intitulado “Vida de Brito”, no Spotify, tendo um dos clipes mais populares, a música que dá nome ao álbum, ultrapassando 50 mil visualizações no YouTube.

Em relação à política, Latrell Brito faz postagens genéricas sobre o tema, apresentando-se como uma possível solução para os problemas de sua cidade natal, Suzano. Suas publicações frequentemente mencionam o partido União Brasil, embora não tenha sido especificado o cargo ao qual ele aspirava concorrer. O Metrópoles procurou o partido para comentar sobre a operação de terça-feira, porém, até o momento desta publicação, não obteve resposta.

Investigações

Os contratos sob suspeita totalizam aproximadamente R$ 200 milhões.

Segundo as investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a empresa Vagner Borges Dias ME, pertencente a Latrell Brito, experimentou um “aumento significativo” em seu patrimônio durante o período em que obteve diversos contratos, seja diretamente ou através de empresas em nome de funcionários de Latrell.

Esses contratos foram estabelecidos com prefeituras, câmaras municipais e o governo do estado para a prestação de serviços de limpeza, vigilância e fiscalização. Na operação de terça-feira, três vereadores foram detidos: Ricardo Queixão (PSD), de Cubatão; Flavio Batista de Souza (Podemos), de Ferraz de Vasconcelos; e Luiz Carlos Alves Dias (MDB), de Santa Isabel.

Entre as empresas envolvidas estão a Mova Empreendimentos, registrada em nome de Joyce da Silva Caetano, e a Java Comercial e Serviços Eireli, registrada em nome de Wellington Costa, ambos funcionários de Latrell e alvos de mandados de prisão.

Através da análise de comunicações telemáticas dos envolvidos, o MPSP identificou que um grupo de empresas ligadas a Vagner operava para simular concorrências em processos licitatórios para a obtenção de contratos.

Conforme apontam as investigações, o grupo frequentemente alternava os representantes das empresas participantes dos certames. Entre eles, estão Márcio Zeca da Silva, conhecido como “Gordo”, suposto membro do PCC; Carlos Roberto Galvão Júnior, conhecido como “Juninho”; e Antonio Carlos de Morais. Todos foram alvos de mandados de prisão.

Wellington Costa, também conhecido como “Bola”, é indicado como o responsável pela atuação mais incisiva no pagamento de propinas a agentes públicos cooptados.

Até o final da manhã de terça-feira, o MPSP havia executado 13 dos 15 mandados de prisão temporária e 42 ordens de busca e apreensão na Operação Munditia. Dois alvos ainda estão foragidos.

Durante as diligências, foram confiscados R$ 600 mil em espécie, R$ 3,5 milhões em cheques, e US$ 8,7 mil, além de quatro armas, munições de diferentes calibres, 22 celulares e 22 computadores.


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