Ex-vereadores de Tonantins e Santo Antônio do Içá são alvos da PF por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro no AM; veja

Por Gomes em 29 de maio de 2025 às 11:09

Amazonas – A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (29) a Operação Linhagem, uma ação que desarticulou uma organização criminosa responsável por movimentar R$ 362 milhões em atividades ilícitas nos últimos três anos, como tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Entre os alvos estão dois ex-vereadores das cidades de Tonantins e Santo Antônio do Içá, no Amazonas, além de familiares e outros envolvidos em um esquema que utilizava empresas de fachada e laranjas para ocultar os lucros do crime.

A operação mobilizou cerca de 100 policiais federais e cumpriu mandados em Manaus, Presidente Figueiredo, Tabatinga e Santo Antônio do Içá. Foram executados 12 mandados de prisão preventiva, 2 de prisão domiciliar, 30 de busca e apreensão e 8 medidas cautelares, incluindo a suspensão de cargos públicos e o bloqueio de contas bancárias dos investigados.

Entre os principais alvos estão o ex-vereador de Tonantins, Radson Alves de Souza, que concorreu à prefeitura da cidade pelo MDB em 2024, mas não foi eleito, e sua esposa, Emile Gomes Lasmar, ambos com mandados de prisão. Radson é irmão de Edson Francisco Alves de Souza, conhecido como “Bigode” ou “Pequeno”, apontado como intermediador do tráfico. Outro ex-vereador na mira da PF é Rodolfo Ferreira de Magalhães, de Santo Antônio do Içá, que atuava em conjunto com seu filho, Ricardo Gouveia Magalhães, e outros familiares, como Adomes Ferreira Magalhães, tio de Ricardo. A namorada de Ricardo, Adriana dos Santos Figueiredo, dona da Torneadora Manauara, no bairro Cidade de Deus, também foi investigada.

As investigações, realizadas em parceria com o Núcleo de Pesquisa e Investigação da Receita Federal, revelaram que a organização criminosa utilizava postos de combustíveis e empresas de embarcação para lavar dinheiro. Helicópteros e embarcações de grande porte eram usados para transportar drogas, aproveitando a complexa geografia da região amazônica. Além disso, a PF identificou o uso de laranjas, como esposas e funcionárias do lar, para movimentar valores ilícitos. Entre os laranjas estão Fabricio Marques Queiroz, Josekson da Silva (prestador de serviço) e Taciane Nascimento de Oliveira (secretária).

A rede criminosa contava ainda com a participação de dois policiais civis, Antonio Pereira Bentes Filho e Eder Silva de Oliveira, que, segundo a PF, facilitavam as operações do grupo. Outros membros da família de Edson, como sua esposa Suziane Gomes Fermin e seu pai Vivaldo Gonçalves de Souza, também desempenhavam papéis centrais, sendo responsáveis por receber e movimentar transações financeiras entre empresas.

Um dos pontos mais preocupantes levantados pela investigação é a suspeita de que parte dos recursos obtidos pelo grupo tenha sido destinada ao financiamento de campanhas políticas, o que evidencia a possível infiltração da organização em estruturas institucionais do estado. A PF segue apurando a origem das drogas, o destino do dinheiro e a identificação de outros possíveis envolvidos na rede criminosa.

Veja lista: 

1. Antonio Pereira Bentes Filho, policial civil
2. Eder Silva de Oliveira, policial civil
3. Fabricio Marques Queiroz, laranja
4. Edson Francisco Alves de Souza, conhecido como “Bigode” ou “Pequeno”, intermediador do tráfico
5. Suziane Gomes Fermin, esposa de Edson, responsável por receber transações de laranjas
6. Vivaldo Gonçalves de Souza, pai de Edson, responsável por transações financeiras entre empresas
7. Josekson da Silva, laranja e prestador de serviço
8. Taciane Nascimento de Oliveira, laranja e secretária
9. Radson Alves de Souza, ex-vereador de Tonantins e irmão de Edson, foi candidato a prefeito de Tonantins
10. Emile Gomes Lasmar, esposa de Radson
11. Ricardo Gouveia Magalhães
12. Adriana dos Santos Figueiredo, namorada de Ricardo e proprietária da Torneadora Manauara, no bairro Cidade de Deus
13. Rodolfo Ferreira de Magalhães, ex-vereador e tio de Ricardo
14. Adomes Ferreira Magalhães, tio de Ricard

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