Esposa m0rta pelo próprio marido tinha só 6 meses de casada com PM; veja vídeo
Brasil – No último domingo (3), uma tragédia chocou Perus, na zona norte de São Paulo, quando uma mulher de 33 anos foi morta pelo próprio marido, um policial militar de 36 anos. Erika Satelis Ferreira de Lima, casada com o soldado Thiago Cesar de Lima há pouco mais de seis meses, foi vítima de feminicídio durante uma discussão dentro do carro do casal.
Erika compartilhava momentos de sua vida nas redes sociais, incluindo o ensaio do casamento realizado no final de maio deste ano. Em setembro de 2022, ela escreveu um texto refletindo sobre relacionamentos, destacando que a durabilidade não está relacionada ao tempo, mas à conexão, respeito e construção da relação.
O perfil de Thiago também revelava declarações de amor à esposa. Fotos e mensagens de carinho evidenciavam uma relação que, aos olhos das redes sociais, parecia feliz. Antes de Erika, o policial havia se casado em 2015 com outra mulher.
O trágico incidente foi capturado por câmeras de segurança, mostrando momentos assustadores de violência. Durante a discussão no carro, Thiago efetuou disparos contra Erika, que, mesmo sendo levada ao hospital pelo próprio agressor, não resistiu aos ferimentos. O caso foi registrado como feminicídio na 4ª Delegacia de Defesa da Mulher, e Thiago foi encaminhado ao Presídio Militar da Romão Gomes.
A comunidade de Perus assistiu horrorizada às cenas capturadas pelas câmeras de segurança, e agora a sociedade clama por justiça diante dessa triste realidade de violência doméstica, que ceifou a vida de uma mulher jovem e recém-casada.
Vítima tinha registrado B.O contra agressão antes de ser morta
Erika havia registrado um boletim de ocorrência por ameaça contra o policial militar Thiago Cesar de Lima, 36, em outubro de 2023. Segundo o relato dela na época, os dois brigaram e Thiago a ameaçou com uma arma. O caso foi registrado na 4ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), a mesma que agora investiga a morte de Erika.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), na ocasião a vítima optou por não representar criminalmente contra o soldado e também não pediu medidas protetivas.
Erika foi morta a tiros pelo policial na madrugada de domingo, na zona norte de São Paulo. O casal estava dentro de um carro quando começou uma discussão. Durante a briga, o PM desferiu socos e depois tiros contra a mulher.
A vítima chegou a ser socorrida pelo próprio policial, mas não resistiu aos ferimentos. A arma do crime, uma pistola calibre .40, foi apreendida e o soldado foi encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes. A Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva dele nesta segunda-feira (4).
A Ouvidoria da Polícia de São Paulo afirmou que abriu procedimento para acompanhar o caso e que, após os trâmites legais, vai sugerir a expulsão do soldado Thiago Cesar de Lima das fileiras da Polícia Militar.
“Não se pode tolerar desvios dessa ordem, principalmente quando as vítimas são grupos vulneráveis e historicamente sacrificados e o algoz, aquele formado e instruído para valorizar e garantir a vida”, afirmou o Ouvidor, professor Claudio Silva.
Nota da Ouvidoria na íntegra:
“A Ouvidoria da Polícia de São Paulo recebeu informações sobre um ato de feminicídio, acompanhado de vídeos, em que o autor seria um Policial Militar. Um ato que, por sua simples natureza, nos deixa estarrecidos e indignados enquanto sociedade e, como entes públicos, extremamente preocupados. A ação, que demonstra um perceptível adoecimento por parte de um agente público que deveria proteger sua família e a sociedade, nos impele à uma posição firme e decisiva. Temos problematizado com a Secretaria de Segurança Pública a questão do adoecimento da tropa, especialmente o adoecimento mental e suas consequências nefastas no cotidiano da atuação policial. Vamos abrir procedimento para acompanhar o caso, pedir informações sobre a ocorrência para Polícia Civil, solicitar os laudos necroscópico, balístico, de local e residuográfico para a polícia científica e acionar a Corregedoria da Polícia Militar para, no caso de o autor ser um policial militar, sugerir a expulsão deste das fileiras da corporação. Não se pode tolerar desvios dessa ordem, principalmente quando as vítimas são grupos vulneráveis e historicamente sacrificados e o algoz, aquele formado e instruído para valorizar e garantir a vida.”