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Putin suspende controle de Armas Nucleares após criticar os EUA

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Putin suspende controle de Armas Nucleares após criticar os EUA

Mundo – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou a suspensão da participação russa no Novo Start, último acordo de controle de mísseis estratégicos vigente, em um discurso na Assembleia Federal sobre o aniversário de primeiro ano da Guerra da Ucrânia. Putin levou o foco do conflito para o embate com o Ocidente e sacou novamente a carta nuclear contra os EUA e seus aliados. Embora tenha afirmado que a Rússia não irá atacar primeiro, Putin disse que está pronta para reagir e que a “situação pode sair de controle”.

O Novo Start, vigente desde 2010 e válido em tese até 2026, prevê que tanto EUA quanto Rússia mantenham no máximo 1.550 ogivas do tipo estratégico, aquelas destinadas a arrasar cidades e acabar com guerras, em prontidão. O acordo já cambaleava desde que a guerra começou devido à falta de inspeções mútuas de instalações com armas nucleares dos EUA e da Rússia. Trump já havia deixado os outros dois acordos com o mesmo fim.

Segundo o Instituto para Economia Internacional de Kiel, mais de US$ 60 bilhões dos US$ 150 bilhões em ajuda à Ucrânia desde a guerra foram de natureza militar, US$ 47 bilhões apenas dos EUA. Putin afirmou que “o Ocidente soltou o gênio da garrafa” e que “estamos falando da existência do nosso país. Eles não escondem seu objetivo: infligir uma derrota estratégica à Rússia, ou seja, acabar conosco de uma vez por todas”.

A agressividade contrastou com a repetição do resto da fala, de quase duas horas. Putin repassou temas que já havia percorrido em 30 de setembro, quando promoveu a anexação de quatro regiões ucranianas de forma ilegal. Embora tenha havido a falta do que dizer por parte do russo, mostra os limites de sua escalada militar recente. Ainda que esteja perto de conquistar pontos estratégicos no leste da Ucrânia, é um processo lento e incerto, ainda mais com a proximidade do fim do inverno e a possibilidade de novas operações. As próximas semanas, ou meses, dirão quem tem razão.

Guerra Cultural

O presidente russo também voltou usar os temas ideológicos e criticou o que chama de degradação de valores familiares no Ocidente, dizendo que até pedofilia tornou-se aceitável pelos EUA. Ele também fez um inusitado aceno à combalida comunidade LGBTQIA+ russa. Ao comentar o casamento de pessoas do mesmo sexo, disse: “Eles são adultos, têm o direito de viver a vida deles. Somos sempre muito tolerantes sobre isso na Rússia”. Para um governo que desde 2013 criminaliza o que chama de propaganda gay e tem histórico de perseguir homossexuais, foi bem ameno. Chegou a agradecer, na longa lista apresentada do esforço de guerra, os “jornalistas militares arriscando a vida para contar a verdade para o mundo”. Desde o começo da guerra, o Kremlin efetivamente calou o que restava de imprensa independente no país.


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