Políticos brasileiros conseguem fugir de Israel em meio ao caos da guerra contra o Irã
Mundo – Um grupo de 12 políticos brasileiros iniciou na madrugada desta segunda-feira (16) uma retirada estratégica de Israel, após o agravamento do conflito bélico entre o país e o Irã, que já chega ao seu quarto dia com um saldo de pelo menos 224 mortos e mais de 1.200 feridos. A comitiva, que originalmente contava com 13 membros, agora se desloca por via terrestre rumo à Jordânia, em uma operação marcada por tensão, incertezas e sigilo absoluto quanto às rotas e horários.
A informação foi confirmada pelo senador Carlos Viana (Podemos), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel e um dos integrantes da missão oficial. De acordo com ele, nove dos parlamentares devem embarcar em breve a partir da Arábia Saudita — entre eles o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil). Os demais serão realocados em voos coordenados com apoio do governo israelense.
A missão, organizada a convite de Israel, levou ao país do Oriente Médio mais de 40 representantes brasileiros entre deputados, senadores e assessores. Com o início dos bombardeios e o fechamento do aeroporto internacional de Tel Aviv, os parlamentares ficaram retidos por dias sob orientação diplomática, passando inclusive noites em bunkers subterrâneos.
“O governo israelense analisa agora a melhor forma de retirar os demais convidados, seja pela fronteira com a Jordânia ou pelo Egito. Tudo depende da escalada do conflito”, afirmou Viana. O senador também revelou que o grupo parlamentar solicitou ao governo de Israel um levantamento detalhado sobre turistas brasileiros que permanecem no país, visando montar uma operação de resgate mais ampla junto ao Itamaraty.
Apesar do pronunciamento de Viana, nem o Ministério das Relações Exteriores do Brasil nem a embaixada de Israel em Brasília confirmaram oficialmente os detalhes da evacuação. A Embaixada do Brasil em Tel Aviv, por sua vez, declarou estar envolvida nas negociações de retirada, mas sem previsão oficial de saída.
A situação na região é instável e se deteriora rapidamente. Após ataques aéreos de ambos os lados e promessas de retaliação, o temor de uma guerra em escala regional aumenta. Autoridades israelenses, que inicialmente ameaçaram civis iranianos, recuaram em parte do discurso, alegando não querer “ferir moradores”, mas mantendo o tom de enfrentamento total contra o regime de Teerã.
Com o conflito ainda em expansão, a missão brasileira — que começou como uma agenda de aproximação diplomática — terminou sob sirenes de ataque e corridas por abrigo. O episódio evidencia não apenas os riscos crescentes da crise no Oriente Médio, mas também a necessidade urgente de coordenação internacional para proteger civis e representantes estrangeiros em zonas de conflito.