“Política ainda é coisa de homem?”: Mulheres são só 27% dos parlamentares ao redor do mundo, diz ONU
Mundo – Um estudo conduzido pela ONU Mulheres apresenta dados sobre a representatividade feminina na política internacional, evidenciando que a participação das mulheres nos espaços de poder permanece limitada. Conforme os resultados da pesquisa, as mulheres ocupam apenas 27% dos cargos parlamentares em todo o mundo. Em uma análise longitudinal baseada em 39 países que monitoram esse indicador ao longo do tempo, constatou-se que somente 15 registraram aumento na eleição de mulheres, enquanto 24 apresentaram uma redução.
Adicionalmente, das 31 eleições presidenciais realizadas em 2024, apenas cinco resultaram na escolha de mulheres como chefes de Estado: Islândia, Moldávia, México, Namíbia e Macedônia do Norte. Nos três últimos casos, tratou-se da primeira vez que uma mulher assumiu a presidência em cada um desses países. Até o momento, apenas 87 nações, de um total de 193 reconhecidos pela ONU, já tiveram uma mulher no comando, o que corresponde a menos da metade dos Estados membros.
A pesquisa também revela que o desenvolvimento econômico não é um fator determinante para a igualdade de gênero no poder político. Segundo os dados da ONU, Ruanda, na África, lidera o ranking de representatividade feminina no parlamento, com 61% das cadeiras ocupadas por mulheres. Cuba ocupa a segunda posição, com 56%, seguida pela Nicarágua, com 54%.
No contexto brasileiro, a participação feminina na Câmara dos Deputados atinge apenas 17,7%, um leve avanço em relação aos 15% registrados entre 2019 e 2022. No Senado, as mulheres detêm 18,8% das cadeiras, marca que representa um recorde histórico. Contudo, um fato emblemático reflete o atraso estrutural no Congresso Nacional: somente em 2016 as senadoras passaram a contar com um banheiro feminino no plenário, o que ilustra o histórico de exclusão de gênero nas instituições legislativas do país.