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Mulheres mórmons desabafam sobre roupas sagradas ‘minhas partes íntimas precisam respirar’

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Mundo – Aos 33 anos, Sasha Piton está chamando a atenção na internet por levantar um assunto até então nunca debatido. Durante uma caminhada perto de sua casa em Idaho Falls, Idaho, ela percebeu que algo estava errado. A caminhada foi de apenas alguns quilômetros, mas uma ferida estava se formando ao longo da dobra acima de sua coxa. O motivo foi logo identificado: as roupas íntimas sagradas, chamadas oficialmente de garment, e usadas pelos membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, da qual ela faz parte.

Depois de outra caminhada dolorosa, Sasha relutantemente parou de usar as roupas durante os exercícios e, ocasionalmente, as removeu durante a noite. Ambas as mudanças foram significativas, uma vez que os membros da igreja têm sido historicamente encorajados a usar as vestimentas “noite e dia”.

“Nós queremos um tecido macio, amanteigado”, disse ela, dirigindo seus comentários ao presidente da Igreja, Russell M. Nelson, de 96 anos. “Minha vagina precisa respirar”, completou. Com esse apelo, ela mobilizou mais de 18 mil mulheres que passam pelo mesmo. As suas postagens atraíram milhares de comentários e mensagens privadas, nas quais as mulheres expressavam suas frustrações com o traje sagrado: bainhas que coçam, costuras volumosas, cós pinicando e até infecções crônicas de fermento causadas por tecidos que não respiram.

As vestimentas do templo datam das origens da igreja no século 19 e simbolizam o compromisso do usuário com a fé, semelhante às vestimentas religiosas de muitas outras tradições de fé. Os mórmons adultos os usam após sua “investidura no templo”, um ritual particular de membro que geralmente ocorre antes do serviço missionário ou do casamento. A igreja controla o design e o processo de fabricação das roupas e as vende globalmente a preços baixos.

A maioria dos membros ativos da igreja, incluindo jovens, leva a sério a regra de usar as peças com a maior freqüência possível. Em uma pesquisa de 2016 com 1.100 mórmons, apenas 14% dos membros da igreja milenar disseram acreditar que era aceitável tirar as vestimentas caso se sentissem desconfortáveis.

Ao The New York Times, um porta-voz da igreja recusou um pedido de entrevista e não respondeu a uma lista de perguntas detalhadas. A maioria dos tecidos usados para fazer as vestimentas são sintéticos e cada peça é marcada com um símbolo sagrado. Enquanto esperam por mais melhorias no design, as mulheres compartilham dicas de como transformar a peça em algo mais confortável. Algumas pessoas viram suas roupas do avesso, para aliviar a pressão das costuras cortantes e muitas mulheres usam calcinhas tradicionais por baixo das roupas durante a menstruação.

Em Idaho, Piton assinalou os itens de sua lista de desejos em um recente vídeo do Instagram: “Cós macio, sem costura e grosso que não corta meu baço, tecido respirável”. Confira as publicações:

*Com informações da revista Marie Claire

 

 


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