Maduro diz que Brasil pratica ‘agressão descarada e grosseira’ após veto à entrada da Venezuela no BRICS; veja video
Mundo – O governo de Nicolás Maduro intensificou suas críticas ao Brasil neste sábado (2), acusando o país de promover uma “agressão descarada e grosseira” contra a liderança venezuelana. A declaração vem após o Brasil ter se posicionado contra a entrada da Venezuela no grupo BRICS, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A manifestação foi divulgada nas redes sociais pelo chanceler venezuelano, Yván Gil Pinto, que acusou o Itamaraty de violar os princípios da soberania e autodeterminação dos povos, alegando que o Brasil estaria desrespeitando sua própria Constituição ao interferir em assuntos internos de outros estados. Questionado sobre a situação, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil não emitiu resposta até o fechamento desta edição.
Em meio à crescente tensão diplomática, o governo de Maduro também veiculou uma imagem polêmica nas redes sociais da polícia venezuelana, onde uma bandeira do Brasil é acompanhada da frase ameaçadora “Quem se mete com a Venezuela se dá mal”, além da silhueta de um homem que lembra o presidente Lula, com o rosto escurecido.
O governo brasileiro reagiu, classificando as declarações de Maduro como ofensivas, ressaltando que esses ataques pessoais não condizem com a abordagem respeitosa que o Brasil mantém em relação à Venezuela. Além disso, a administração de Lula reiterou seu compromisso com a soberania de cada nação e apontou a importância de seguir utilizando canais políticos e diplomáticos para resolver divergências.
A relação entre os dois países, que havia sido reforçada com a visita de Maduro ao Brasil em maio de 2023, está agora fragilizada. Nos últimos dias, a Venezuela agravou a situação convocando seu embaixador no Brasil e acusando Celso Amorim, assessor especial da Presidência, de agir a serviço do “imperialismo norte-americano”. O acirramento das tensões foi impulsionado pelo não reconhecimento brasileiro das eleições venezuelanas deste ano e a postura contrária ao ingresso da Venezuela no BRICS.
A comparação feita pelo governo venezuelano entre as políticas de Lula e as do ex-presidente Bolsonaro, alegando que o Itamaraty continua a praticar “ódio, exclusão e intolerância”, marca um novo ponto de fricção na diplomacia regional.
Com um histórico recente de altos e baixos, a relação entre Lula e Maduro passa por um dos momentos mais delicados. Desde a recepção calorosa em maio de 2023 até as acusações de hoje, a questão venezuelana continua a ser um tema sensível para a política externa brasileira. A comunidade internacional observa atentamente, aguardando desdobramentos que possam pacificar a situação e restaurar um diálogo construtivo entre os dois países.