Diretor da AstraZeneca é preso na China
Mundo – Leon Wang, presidente da AstraZeneca na China, foi detido pelas autoridades chinesas na última semana, conforme confirmaram a gigante farmacêutica ao Financial Times e à agência AFP. Além de Wang, outros dois executivos e dois ex-executivos da empresa estão sendo investigados por suspeita de envolvimento em coleta de dados ilegais e na importação e venda irregular de medicamentos contra o câncer.
A investigação, que envolve a importação do remédio Imjudo, um tratamento contra o câncer ainda não aprovado na China, apura suspeitas de que o medicamento tenha sido trazido ilegalmente de Hong Kong. O Imjudo é geralmente utilizado em conjunto com o Imfinzi, outro fármaco da AstraZeneca, como terapia para câncer de fígado em estágio avançado. Esse tratamento já é reconhecido em outros países, mas não recebeu autorização no mercado chinês.
A China representa um mercado fundamental para a AstraZeneca, conhecida por sua vacina contra a Covid-19, amplamente distribuída durante a pandemia. No entanto, a empresa já enfrentou desafios no país anteriormente. Entre 2020 e 2021, cerca de cem vendedores da AstraZeneca na China foram punidos por fraude, após falsificarem resultados de testes genéticos de pacientes para qualificá-los ao seguro estatal de medicamentos.
A AstraZeneca informou estar colaborando com as investigações e não comentou sobre o status específico de Wang além de confirmar sua prisão. A notícia reacende preocupações sobre o ambiente regulatório rigoroso da China para empresas farmacêuticas internacionais e seus impactos no mercado.