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Argentina inaugura nova era de relação com os EUA ao receber Obama

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BUENOS AIRES – Depois de realizar uma visita histórica a Cuba, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chega na madrugada de quarta-feira à Argentina, num claro gesto de apoio ao governo Mauricio Macri, que acaba de completar três meses de gestão. Depois da difícil relação entre a Casa Branca e os sucessivos governos kirchneristas, Obama selará acordos que oficializarão a reaproximação entre os dois países e confirmará recentes anúncios de seu governo considerados importantíssimos por Macri e seu gabinete, principalmente a decisão dos EUA de abrir arquivos sobre a última ditadura argentina (1976-1983), às vésperas do 40 aniversário do golpe de Estado de 24 de março de 1976.

— Não tenho informação sobre os documentos que estão classificados, mas é um gesto importante porque mostra a vontade de abrir os arquivos e compartilhar essa informação — declarou a chanceler argentina, Susana Malcorra.

A iniciativa ajudou a aliviar a tensão entre a Casa Rosada e organizações de defesa dos direitos humanos, que questionaram a presença de Obama no país justamente no dia em que serão realizadas marchas e homenagens às vítimas da ditadura. Na próxima quinta-feira, os dois presidentes irão juntos ao Parque da Memória, em Buenos Aires, que em fevereiro passado fora visitado pelo presidente da França, François Hollande.

Para as ONGs locais, a presença de Obama era considerada inadmissível, dadas as denúncias sobre a colaboração do governo americano com os ditadores argentinos. A decisão da Casa Branca de tornar públicos arquivos sobre os anos de chumbo, porém, acalmou as águas no país.

O presidente americano, o sexto chefe de Estado de seu país em visitar a Argentina (o último foi George W. Bush, em 2005), terá um encontro com Macri na Casa Rosada, visitará a Catedral que durante tantos anos foi a residência do ex-cardeal Jorge Mario Bergoglio, conversará com jovens empreendedores e, na noite da próxima quarta-feira, será a estrela de um jantar no Centro Cultural Néstor Kirchner.

Na próxima quinta, após percorrer junto a Macri o Parque da Memória, o chefe de Estado americano embarcará rumo a Bariloche, onde deverá permanecer menos de 24 horas.

Para a Argentina, a visita de Obama acontece em momentos em que o país está buscando, essencialmente, retornar à comunidade internacional, depois de vários anos de isolamento. O governo está em plena negociação da dívida pública com credores que litigaram contra o país nos EUA. O esperado acordo permitirá ao país sair do calote e tornar-se, novamente, atraente para investidores estrangeiros.

— (A visita) Dará um sinal de confiança para o setor privado, é um começo auspicioso — admitiu a chanceler argentina.





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