Morador bloqueia rede de esgoto para vender terreno e prejudica comunidade no Águas Claras; veja vídeo
Manaus – Enquanto a cidade enfrenta as consequências das chuvas intensas, uma atitude irresponsável e criminosa escancara o preço da ganância e do descaso com a coletividade. Na Rua Acácia Negra, comunidade Águas Claras, zona Norte de Manaus, um morador invadiu uma área verde às margens do igarapé Geladinho, aterrando o local com lixo e entulho para tentar vender o terreno por R$ 25 mil.
O resultado? Alagamentos, prejuízos e sofrimento para dezenas de famílias vizinhas. O aterro ilegal bloqueou completamente a saída da drenagem, impedindo o escoamento da água da chuva e inundando casas, quintais e ruas.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) foi acionada e precisou deslocar uma retroescavadeira e duas caçambas para conter os danos. Até agora, cerca de 200 toneladas de resíduos já foram retiradas do local, em um esforço emergencial para devolver o fluxo ao igarapé e evitar novos transtornos.
Esse não é um caso isolado. É o reflexo de um problema antigo: a ocupação desordenada, a falta de fiscalização contínua e o desrespeito à natureza e à coletividade. O descarte irregular de lixo e o uso indevido de áreas de preservação são atitudes que colocam vidas em risco — e, infelizmente, ainda são comuns em várias partes da cidade.
A Prefeitura de Manaus, por meio da Seminf, já realizou em 2025 mais de 1.378 desobstruções de bueiros e 828 ampliações de drenagem profunda. Mas nenhuma estrutura pública é suficiente diante da falta de consciência da população e da conivência com práticas ilegais.
É hora de refletir: até quando vamos permitir que interesses individuais venham acima do bem coletivo? Até quando o silêncio vai ser cúmplice da destruição dos nossos igarapés? Denunciar é um dever de todos. Preservar é urgente. E punir, uma necessidade.
A natureza responde. E quando ela responde, todos pagam a conta.