Vítima de ab0rto em motel diz que caiu em armadilha de prefeito “Como que ele raspou meu útero?”
Brasil – O atual prefeito de Carolina, no estado do Maranhão, que também é médico está sendo acusado na Justiça de praticar um aborto ilegal, o qual teria feito sem o consentimento da vítima, com quem ele tinha um relacionamento.
Segundo a polícia, o procedimento ilegal aconteceu dentro de um motel, sem condições de higiene para o procedimento. A vítima disse que foi dopada e caiu em uma armadilha. Agora, seis anos depois, Erivelton Teixeira é réu.
Lindomar da Silva Nascimento era o motorista de Erivelton Teixeira na época, que hoje é vereador e é acusado de ter participado do crime.
“O efeito demorou passar muito tempo. E quando eu comecei a acordar, eu estava dentro do carro, na estrada, voltando pra minha cidade, no banco da frente. E eu escutei a voz de outra pessoa. Foi quando eu olhei pra trás e vi que o Lindomar tava no banco de trás”, conta Rafaela Santos.
Rafaela conta que só foi acordar para valer já em casa, na cidade vizinha de Axixá, no Tocantins. Erivelton Teixeira estava no quarto.
“Eu sentia a dor. Eu já sentia que algo saía de mim, que era sangramento. E eu segurei ele com a força que eu tinha. Eu estava ainda um pouco adormecida. O que eu conseguia era gritar. Gritar sim, eu gritei muito. Muito. Porque ali eu já sabia o que tinha acontecido”, conta.
O prefeito ligou para uma amiga do casal, enfermeira, e foi embora antes que ela chegasse para cuidar de Rafaela, que estava debilitada, sangrando e vomitando.
A partir daí, todo contato de Rafaela com Erivelton Teixeira foi feito passando por Lindomar Nascimento. As trocas de mensagens entre ela e o motorista, no próprio dia do aborto, viraram provas do processo.
Rafaela: Como que ele raspou meu útero? Tô com muita dor e não sei o que fazer.
Lindomar: Aguarda ai só um pouquinho.
Seis anos depois, Rafaela ainda toma remédio e está em tratamento por estresse pós-traumático.
Defesa do acusado
Em nota, a defesa de Erivelton Teixeira e de Lindomar Nascimento alega que seus clientes não foram notificados da ação penal e que tem total confiança em um veredito justo.
Nem o Conselho Regional de Medicina do Maranhão nem o do Tocantins têm registro de Erivelton Teixeira como obstetra. Nenhum dos dois conselhos respondeu sobre as denúncias contra o prefeito de Carolina.