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“Tigrinho” continua destruindo a vida dos brasileiros; quando vão banir esse “jogo dem0níaco?”; veja vídeo

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“Tigrinho” continua destruindo a vida dos brasileiros; quando vão banir esse “jogo dem0níaco?”; veja vídeo

Brasil – O “Jogo do Tigrinho”, como ficou conhecido entre os brasileiros, vem deixando um rastro silencioso de destruição por onde passa. Vendido como uma chance de enriquecer rapidamente, o jogo é, na prática, uma armadilha viciante e cruel que tem levado famílias à falência, pessoas ao desespero, e, em casos extremos, à morte.

Apesar de sua aparência inofensiva — um caça-níquel com gráficos chamativos e som de vitória a cada rodada —, o Tigrinho tem sido responsável por um colapso emocional e financeiro entre brasileiros de todas as idades. E a pergunta que ecoa nas redes sociais, nos noticiários e nas delegacias é uma só: até quando essa vigarice digital vai continuar impune?

Do sonho ao fundo do poço

Casos extremos já foram registrados em vários estados. Em São Paulo, o delegado Eduardo Simões Miraldi, do DEIC, revelou que ao menos quatro pessoas cometeram suicídio no último ano por conta de dívidas e colapsos emocionais ligados ao jogo. Em um das histórias mais trágicas, um homem vendeu seu único imóvel por R$ 200 mil e perdeu tudo em apostas. Em outro, a jovem Gabriely Sabino, enfermeira de 23 anos, ficou desaparecida por oito dias após entrar em depressão por ter perdido R$ 25 mil.

“O jogo mexe com o psicológico. A pessoa aposta o que não tem, perde, mente para a família, se esconde. A culpa e a vergonha viram um peso insuportável”, diz o delegado.

Um crime travestido de passatempo

O Jogo do Tigrinho é parte de um universo mais amplo de cassinos online ilegais, hospedados fora do Brasil e blindados por servidores internacionais. Empresas localizadas em paraísos digitais como Malta e Estônia escondem-se por trás de fachadas legais, dificultando a responsabilização criminal no país.

O modelo de negócio é perverso: intermediadores brasileiros arrecadam os valores das apostas, repassam para o exterior, sonegando impostos e usando laranjas para camuflar a operação. A polícia já identificou organizações criminosas especializadas nesse esquema, com lavagem de dinheiro, contravenção penal e estelionato.

Influencers como iscas humanas

Uma das estratégias mais agressivas usadas pelas plataformas é o uso de influenciadores digitais para atrair apostadores. São celebridades da internet — muitas vezes sem nenhuma responsabilidade legal — que mostram vidas de luxo supostamente bancadas pelas apostas, sem jamais deixar claro que não estão jogando: estão ganhando em cima das perdas dos seguidores.

“É estelionato emocional. Eles mostram carros, viagens, relógios, como se fossem prêmios do jogo. Mas estão ganhando comissões em cima da desgraça alheia”, explica o delegado Miraldi.

Alguns desses influencers já são investigados. A influencer Larissa Rozendo Fonseca, por exemplo, teve casa, carros e celular apreendidos pela polícia após promover o Jogo do Tigrinho em seu perfil.

A grande dificuldade enfrentada pelas autoridades é a ausência de regulação eficaz e a dificuldade de rastrear empresas estrangeiras. Mesmo com a LGPD em vigor e leis de proteção ao consumidor, processar plataformas internacionais é um caminho caro, lento e burocrático.

“Hoje, o consumidor brasileiro está praticamente sem defesa. E isso só vai mudar com a regulamentação definitiva dos jogos no Brasil”, afirma Rafael Marcondes, diretor jurídico do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável.

Até quando?

Enquanto o Instagram e o WhatsApp seguem abarrotados de bots e convites ao “joguinho da sorte”, e o TikTok vira palco para promessas de riqueza em segundos, brasileiros continuam perdendo suas economias, sua saúde mental e até a própria vida.

O Jogo do Tigrinho é mais que um jogo. É um sistema predatório mascarado de diversão, alimentado pela ganância das plataformas e pela negligência das redes sociais que permitem sua proliferação.

A pergunta que não quer calar: quando essa vigarice será banida de vez do Brasil?


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