Sobe para 18 o número de mortos após deslizamentos na Grande São Paulo
SÃO PAULO – Temporais que caíram durante toda a quinta-feira e a madrugada desta sexta-feira causaram alagamentos e deslizamentos que deixaram pelo menos 18 mortos na Grande São Paulo. Nove das vítimas fatais são do município de Francisco Morato, quatro de Mariporã. uma de Guarulhos e outra de Cajamar.
Entre os mortos, está uma criança de 4 anos, que morreu após um deslizamento que atingiu várias casas do bairro Parque Náutico. Sete pessoas foram resgatadas de casas na região. Outras oito pessoas ainda estão desaparecidas em Mairiporã.
O Aeroporto de Guarulhos ficou fechado por seis horas de madrugada e vários voos foram cancelados por conta da falta de luz. A previsão é de mais chuva para São Paulo nesta sexta-feira. Entre as cidades afetadas estão ainda Caieiras, Franco da Rocha, na Grande São Paulo, e Campinas e Jundiaí, no interior. O sistema de transporte na cidade opera com lentidão, com vários pontos de interdição. Ao menos três rodovias foram interditadas nesta madrugada devido a alagamentos e quedas de barreiras. Não há informações de feridos.
A pior situação é na rodovia SP-332, que liga a Grande São Paulo ao interior, que está parcialmente interditada nos dois sentido devido a queda de seis barreiras.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) tentou sobrevoar os locais afetados, mas não conseguiu e foi a Mairiporã de carro. De acordo com o governador, o foco inicial é ajudar as famílias e as vítimas.
— A primeira ação é sempre para as pessoas, para as famílias. Abrigamento, alimentação, remédio, roupa, colchão, o que precisar. No segundo momento, é recuperar o que foi destruído — disse em entrevista ao “SPTV”.
Alckmin citou o trabalho do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e da Sabesp durante a tragédia e destacou o caso de uma criança de 5 anos, presa pelo pé embaixo de uma laje na cidade de Francisco Morato. Os bombeiros realizaram a operação no local e a levaram para o Hospital das Clínicas. A criança teve o pé amputado, mas encontra-se num quadro estável, de acordo com Alckmin.
Segundo informações do portal de notícias “G1”, mais de 20 cidades no interior do estado e na Grande São Paulo foram afetadas pelas chuvas. Em Franco da Rocha, um dos locais mais afetados, casas e carros no centro da cidade ficaram completamente submersos. Em Caeiras, município vizinho, a estação de trem ficou totalmente alagada.
O prefeito de Caieiras, Roberto Hamamoto, disse, em entrevista à “Globonews”, que ainda há risco de desabamentos e que está orientando a população a deixar suas casas. O mesmo acontece em Mairiporã. Hamamoto disse ainda que as compotas da represa que abastece a cidade corriam risco de abrir por conta do temporal, o que deixa a cidade ainda mais vulnerável.
A barragem Paiva de Castro, em Mairiporã, faz parte do Sistema Cantareira. Quando fica cheia, abre as comportas e dá vazão às águas para o rio Juqueri. A consequência é imediata para Franco da Rocha e Caieiras, municípios com casas e prédios abaixo do nível da represa.
PROBLEMAS EM LINHAS FERROVIÁRIAS
De acordo com informações da “Agência Brasil”, as chuvas provocaram falhas de energia e afetaram o funcionamento de três linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
A Linha 7 apresentou lentidão no trecho da Estaçaõ da Luz até a Francisco Morato. Em função do grande impacto da chuva na região, o trajeto da linha 7 foi interrompido na cidade. As linhas 8 e 9 tiveram problemas de lentidão. No caso da linha 9, a situação foi normalizada a partir das 9h.
PREJUÍZOS
Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) o alagamento causou a perda de alimentos.
O Rio Pinheiros transbordou em dois pontos: nas proximidades da Ponte Cidade Universitária, na zona oeste, e da Ponte Ary Torres, na zona sul. Na zona norte de São Paulo, o Rio Tietê encheu na altura das Pontes Dutra e do Limão.
O Centro de Geenciamento de Emergências (CGE) informou que a previsão é de chuva intermitente ao longo dessa sexta-feira. Em nota, a instituição informou que o clima instável que atingiu a Grande São Paulo já está se deslocando para o Sul de Minas Gerais, Vale do Paraíba e Rio de Janeiro.