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PSDB e PMDB costuram governo de transição

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BRASÍLIA — Um pré-acordo sobre a participação do PSDB num governo de transição, se aprovado o impeachment da presidente Dilma Rousseff, começou a ser costurado nos bastidores por integrantes das cúpulas peemedebista e tucana. Segundo senadores dos dois partidos, o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), foi na segunda-feira a São Paulo para se encontrar com o vice-presidente Michel Temer. Seria a primeira conversa dos dois desde o agravamento da crise política.

Senadores tucanos e peemedebistas trabalham no acordo, que incluiria o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Por essas tratativas, o PSDB participaria de um governo Temer; em contrapartida, o PMDB apoiaria o fim da reeleição, deixando o caminho livre para o PSDB em 2018.

— Conversamos na semana passada, e o Aécio ficou de conversar hoje (ontem) com Michel. Eles querem um acordo com o PMDB. Apoiam o Michel, participam do seu governo, se tiver o impeachment, com uma condição: ele extinguir a reeleição. Assim, Michel não pode concorrer à reeleição, e 2018 fica com eles — disse um senador peemedebista que conversou com os tucanos semana passada.

Temer, porém, não quer se expor neste momento. Ontem, divulgou nota oficial para reafirmar que “não tem porta-voz, não discute cenários políticos para futuro governo e não delegou a ninguém anúncio de decisões sobre sua vida pública”.

Em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, o senador José Serra (PSDB-SP) disse que Temer deve assumir compromissos com a oposição, se a presidente Dilma for afastada do cargo. Em resposta ao tucano, Temer disse que, quando tiver que anunciar algum posicionamento, “ele mesmo o fará, sem intermediários”.

Apesar da cautela do vice, nem tucanos nem peemedebistas querem esperar o dia 29 (data da convenção do PMDB em que deverá ser selado o rompimento do partido com o governo), ou a aprovação do impeachment para começar a estruturar um governo de união nacional e de transição.

— Não dá para esperar. Dilma vai cair logo, e é preciso saber o que colocar no lugar — explicou um senador tucano.

Segundo um senador tucano, Aécio mudou de ideia em relação ao impeachment diante do agravamento da crise.

— Aécio era contra o impeachment, mas agora está se rendendo a esse fato irremediável.


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