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No plenário da Câmara, deputados da oposição gritam ‘renúncia, renúncia’

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BRASÍLIA – A revelação da gravação feita pela Polícia Federal de conversa entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevou a temperatura no plenário da Câmara. Deputados da oposição pedem a palavra para criticar o fato e cobrar a renúncia de Dilma. Deputados da oposição começaram a reproduzir áudio da manifestação de que acontece em frente ao Planalto e e gritar nos microfones: “renuncia, renúncia, renúncia”!!!

— É algo muito grave, um diálogo de duas figuras importantes da República. Usando a nomeação para obstruir a justiça. Lula está sendo nomeado ministro para impedir as investigações. É a gota d’água.A presidente Dilma tem que renunciar — afirmou Betinho Gomes (PSDB-PE)

Decano, o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) pediu que a Câmara requisite a gravação da Polícia Federal para que a Casa ouça e faça uma avaliação.

No mesmo momento, em entrevista no Salão verde, o presidente nacional do PRB, Marco Pereira, anunciou que o partido não é mais da base aliada e entregou o Ministério do Esporte.

Minutos após a divulgação da conversa entre Lula e Dilma, o plenário da Câmara já estava incendiado, e os deputados só falavam nisso, descrevendo o fato como uma “bomba”.

Para o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), fica totalmente fragilizada a nomeação de Lula para a Casa Civil:

— Acabou o Lula, ele agora vai ser interlocutor de quem? — questionou o peemedebista.

Já o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), vice-líder do PSDB na Câmara, criticou os parlamentares governistas, que, segundo ele, questionam o fato de a PF ter liberado os áudios, e não o fato em si:

— A casa caiu, é obstrução à Justiça, ela cometeu o mesmo crime que o Delcídio Amaral. E eles querem culpar o vazamento da PF, só fala nisso e não da gravidade do fato — criticou o tucano.

O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) começou a discursar em plenário e dizer que a República tinha caído e que o Brasil todo estava vindo para a Brasília e deputados do PT e do PC do B reagiam, dizendo que era mentira.

Numa reação ao ato da oposição, deputados do PT e do PC do B se uniram e começaram a cantar: Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula. Repetiam com força e faziam o L com a mão. Deputados da oposição, que já tinha gritado “renuncia, renuncia”, começaram a fazer coro, mas em vez de Lula, gritavam: “ladrão,ladrão”.

O deputado Beto Mansur (PRB-SP), que presidia a sessão, chegou a anunciar que o líder do PT, Afonso Florence (BA), usaria a palavra em plenário. Mas, quando Florence subiu à tribuna, com gritos e vaias, a oposição não deixou o líder falar. Beto Mansur disse que, por falta de condição, iria encerrar a sessão.

REAÇÃO TAMBÉM NO SENADO

Líderes do DEM e do PSDB também pedem que a presidente Dilma Rousseff renuncie diante da gravação. O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), foi o primeiro a anunciar a divulgação da conversa e pediu a renúncia da presidente Dilma.

— O minimo que ela (Dilma) deve fazer é renunciar. A presidente da republica quebra 100% a liturgia da função da presidência, quebra o decoro, a condição de presidência, momento usa termo de posse. Isso é inédito e exige, nesse momento, que essa casa peça que a presidente renuncie ao mandato. Pela dignidade do mandato, pelas regras, é inadmissível esse comportamento da Presidência para cercear e dificultar e fazer parte desse conluio — disse Caiado, lembrando que a sociedade já estava nas ruas.

Na mesma linha, o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), também pediu a saída da presidente Dilma.

— O diálogo revela ação para obstruir a ação Não há mais saída. Se ela renunciou tacitamente ao seu mandato, ao nomear Lula como chefe da Casa Civil, que ela o faça de fato. Não há mais saída, é o fim de tudo — disse Cássio Cunha Lima, acrescentando:

— É de extrema gravidade, O telefonema revela assuntos públicos. É manifestação clara de obstrução da Justiça.

Os senadores do governo reagiram de pronto.

— O mais grave disso é o vazamento do diálogo — disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

A senadora Vanessa Grazzitim (PCdoB-AM) fez o mesmo discurso.

(Estagiário sob supervisão de Isabel Braga)


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