Joaquim Barbosa elogia Teori e faz ressalvas ao impeachment
RIO — O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa elogiou, na tarde desta quinta-feira, a decisão do ministro Teori Zavascki, que determinou o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato e, consequentemente, da presidência da Câmara. No Twitter, Barbosa afirmou que Teori tomou “uma das mais extraordinárias e corajosas decisões da história político-judiciária do Brasil”.
O ex-ministro destacou ainda que há questões que o incomodam “profundamente” no processo que pode levar ao afastamento da presidente Dilma Rousseff. A previsão é que o Senado vote semana que vem, em plenário, o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), favorável à instauração do processo.
Barbosa fez referência a Alexander Hamilton, um dos responsáveis pela obra “O Federalista”, com argumentos para ratificar a Constituição dos Estados Unidos (de 1787), e também citado por Anastasia no relatório. De acordo com o ex-ministro, Hamilton tinha um temor em relação ao processo de impeachment: “o demônio da parcialidade”. Barbosa criticou ainda o nível das discussões no Senado que, segundo ele, servem para “esconder do grande público questões fundamentais”.
O ex-ministro citou o exemplo de um processo de impeachment contra o presidente Andrew Johnson, em 1868, nos Estados Unidos. De acordo com Barbosa, um motivo era “ostensivo, e o outro, oculto”.
Barbosa estabeleceu um paralelo com a crise atual e criticou os políticos, sem citar nomes: “provincianos em sua maioria, loucos para assumir as rédeas do poder, nossos líderes não têm dado bola à dimensão internacional da questão”.