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Investimento em imóveis fora do Brasil atrai quem busca segurança patrimonial

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Brasil – A compra de imóveis no exterior segue em alta entre brasileiros, especialmente em mercados consolidados como Estados Unidos, Portugal e Espanha. Mesmo com a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para 3,5% e o fim da concessão de visto permanente por meio de investimentos imobiliários em Portugal, o interesse por imóveis internacionais permanece firme, impulsionado principalmente por estratégias de diversificação e proteção patrimonial.

De acordo com a consultoria CBRE, o valor médio gasto por brasileiros em imóveis em Portugal é de € 500 mil (cerca de R$ 3,2 milhões), podendo ultrapassar os € 5 milhões (R$ 32 milhões) em regiões de alto padrão, como Cascais. Em Lisboa, o metro quadrado alcança € 6 mil (R$ 38 mil), enquanto em Madri, na Espanha, os preços variam entre € 7 mil e € 7,5 mil (R$ 45 mil e R$ 48 mil).

Mesmo após o fim do chamado “Golden Visa” português para aquisições imobiliárias — medida implementada no final de 2023 —, a busca por imóveis em Lisboa e outras cidades estratégicas não arrefeceu. A motivação atual vai além da residência: muitos compradores visam o potencial de valorização e o rendimento com aluguéis, especialmente em destinos turísticos com grande fluxo internacional.

Locação como estratégia de retorno

A locação de curto prazo se tornou um modelo atrativo, especialmente na Península Ibérica. Em cidades como Madri, onde as regulamentações ainda permitem plataformas como o Airbnb, muitos brasileiros transformam seus imóveis em fontes de renda. Já em Barcelona, as regras se tornaram mais rígidas, limitando essa possibilidade.

“Apesar das incertezas geradas por fatores como a guerra comercial dos Estados Unidos, a demanda por imóveis permanece forte”, afirma Álvaro Coelho da Fonseca, presidente da imobiliária Coelho da Fonseca. Segundo ele, o dólar em alta favorece quem tem ativos fora do Brasil, funcionando como uma forma de proteção frente à volatilidade cambial.

Perfil de alto padrão

O público comprador é majoritariamente formado por empresários e executivos de alto escalão. A Flórida continua entre os destinos preferidos, com imóveis de alto padrão partindo de US$ 1 milhão. Em Lisboa, propriedades de qualidade superior começam em € 800 mil.

Esse grupo, com maior poder aquisitivo, não deve ser significativamente impactado pela alta do IOF. O foco está mais nas oportunidades de longo prazo e na preservação do patrimônio em moedas fortes.

Planejamento é fundamental

A aquisição de um imóvel no exterior, no entanto, exige um planejamento rigoroso. A especialista em tributação internacional Vera Helena Cardoso ressalta a importância de avaliar as leis locais e as possíveis implicações fiscais. “Estruturas jurídicas, como o uso de empresas offshore, podem ser vantajosas para evitar tributações excessivas”, afirma.

Além do valor do imóvel, o investidor precisa considerar custos adicionais como manutenção, taxas condominiais, seguros e serviços de administração. O conhecimento das exigências legais e fiscais é crucial para evitar problemas futuros e garantir uma aquisição segura.

Mesmo diante de novos desafios regulatórios e fiscais, a busca por imóveis internacionais segue como uma estratégia sólida para quem pretende diversificar investimentos e proteger seu patrimônio. E, para muitos brasileiros, o endereço ideal continua a ser fora do país.





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