Instituto Lula pede a Moro devolução de senhas de emails
SÃO PAULO – O Instituto Lula pediu nesta terça-feira ao juiz Sérgio Moro, a devolução da senha do administrador das contas de email da entidade. O instituto acusa a Polícia Federal de ter exigido de um funcionário a informação de acesso sem que ela estivesse no mandado de busca e apreensão. Para a entidade, houve “abuso de poder”.
“Durante a operação de busca e apreensão no Instituto Lula na última sexta-feira, a Polícia Federal exigiu, sob voz de prisão do técnico de informática, a senha do administrador das contas de e-mail @institutolula.org, o que não constava no mandado da justiça, que fazia referência apenas poucas contas de e-mail específicas”, informou em nota nesta quarta-feira o Instituto Lula.
A entidade diz que a Polícia Federal passou a ser a única com poder de criar e bloquear emails, além de livre acesso a todas as contas do instituto, e que cinco contas de email tiveram o sigilo violado anteontem “sem respaldo legal de um mandato judicial”.
Segundo o Instituto Lula, “a apropriação ilegal da senha do administrador dos e-mails do Instituto (hospedados no Google) permite à Polícia Federal: ler todas as mensagens de todas as contas do Instituto, apagar informações, e, como já aconteceu, trocar a senha, impedindo o acesso às contas pelos seus usuários, bloqueando seu trabalho e contatos”.
Na última segunda-feira, o Instituto Lula abriu para a imprensa algumas salas do local que foram alvo da operação da Polícia Federal, na sexta-feira passada. Foram mostradas a sala do presidente do instituto, Paulo Okamotto, e do diretor de assuntos da África, Celso Marcondes.
Em nota divulgada na segunda-feira, a PF afirmou que “as coisas nunca ficam exatamente no lugar durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão. Quanto ao arrombamento, foi necessário dada a ausência de cooperação de todos no local e a manutenção de uma sala trancada. O mandado de busca permite isso quando os responsáveis não abrem o local conforme determina a ordem judicial”.
O diretor do Instituto Lula, Celso Marcondes, desmentiu a nota em que a Polícia Federal informou que arrombou uma das portas da sede no Ipiranga por falta de colaboração dos funcionários para abri-la durante a operação de busca e apreensão realizada na última sexta.