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Força Nacional inicia a maior operação de retirada de invasores de terras indígenas no Pará

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Força Nacional inicia a maior operação de retirada de invasores de terras indígenas no Pará

Brasil – O governo federal deu início a uma operação de grande envergadura no estado do Pará para retirar invasores de terras indígenas. A ação, que começou nesta segunda-feira (2), envolve centenas de soldados do Exército, policiais federais, agentes da Força Nacional, além de colaboradores de órgãos como a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Ibama e Funai.

A Terra Indígena Apyterewa, localizada no sul do Pará, é o epicentro dessa operação. Com uma extensão de 773 mil hectares, equivalente a cinco cidades de São Paulo, esta área é considerada a terra indígena mais desmatada na Amazônia nos últimos quatro anos. Cerca de 700 indígenas habitam a porção norte da terra, próxima ao rio Xingu, e há registros de indígenas isolados e de recente contato.

A equipe da Repórter Brasil está acompanhando de perto a operação, focando sua atenção na base 2 da Funai, localizada ao lado da Vila Renascer. Esta comunidade, que possui 210 casas, comércio e dois postos de combustível, encontra-se dentro do território demarcado para o povo Parakanã.

Essa ação, considerada a maior já realizada no estado do Pará, atende a uma determinação judicial que visa devolver a posse das terras indígenas aos povos originários e garantir seu uso exclusivo. Segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), as terras indígenas Apyterewa e Trincheira Bacajá abrangem partes dos municípios de São Félix do Xingu, Altamira, Anapú e Senador José Porfírio, onde vivem 2,5 mil indígenas de diferentes etnias, incluindo Parakanã, Mebengôkre Kayapó e Xikrim, distribuídos em 51 aldeias. Também há registros de indígenas isolados que recentemente tiveram contato com não indígenas na região.

A operação conta com a colaboração do Ministério dos Povos Indígenas, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), da Força Nacional de Segurança Pública e de outros 11 órgãos, incluindo órgãos ambientais, de segurança pública e inteligência.

A presença de invasores nas terras indígenas representa não apenas uma ameaça à integridade das comunidades indígenas, mas também causam danos ambientais significativos, uma vez que alguns ocupantes estão envolvidos em atividades ilegais como desmatamento e garimpo.

Esta operação assemelha-se à ação ocorrida na Terra Indígena Alto Rio Guamá (Tiarg), onde o governo federal negociou a saída pacífica de 1,6 mil não indígenas da terra onde vivem 2,5 mil indígenas dos povos Tembé, Timbira e Kaapor, distribuídos em 42 aldeias próximas ao Rio Guamá. A medida atende à determinação judicial de devolução da posse e garantia do uso exclusivo das terras indígenas pelos povos originários, conforme estabelecido no artigo 213 da Constituição Federal.

Outros órgãos envolvidos na operação incluem o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), o Comando Militar do Norte, o Ministério do Trabalho e Emprego e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).


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