Ato pelo dia das mulheres divide favoráveis e contrários ao governo
SÃO PAULO – Um ato marcado em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres, na Avenida Paulista, na tarde desta terça-feira, foi inicialmente marcado por uma confusão entre manifestantes favoráveis e contrários ao governo de Dilma Rousseff. Centenas de mulheres ocupam trecho da avenida para pedir por igualdade de direitos. Os diferentes posicionamentos em relação ao governo provocaram tumulto, e os ânimos se alteraram quando uma manifestante gritou “Fora, Dilma” do alto de um carro de som.
Logo depois, uma das organizadoras do evento anunciou que a pauta da manifestação seria questões ligadas à mulher, como direito ao aborto e equiparação de salários, e não política. O discurso, porém, foi abafado com gritos de “não vai ter golpe” e algumas vaias.
Outra postulante, no entanto, endureceu o discurso.
– Viva às mulheres, mas viva também aos trabalhadores. Precisamos ficar em vigília e tomar cuidado com a direita golpista. Não vai ter golpe – bradou, numa clara defesa à manutenção de Dilma no poder.
Diante da manifestante que gritava “Fora, Dilma” e “Fora, PT”, um grupo de pessoas chegou a cercar o carro onde ela estava.
– Derrubem ela – gritava uma das participantes do ato.
Um grupo pedia calma e respeito às diferentes opiniões. Nenhum policial militar se aproximou da confusão.
A farmacêutica Josefa Alves da Silva, de 63 anos, participa de sua primeira manifestação. Ela defende mais mulheres na política, mas se diz decepcionada com o governo de Dilma Rousseff.
– Me arrependi de ter dado meu voto para ela. Se pudesse, teria anulado. É muita corrupção – desabafa ela.
A aposentada Maria do Socorro Alves, de 63 anos, também anseia por mudanças na política, mas prefere não fazer críticas à líder petista.
– Viemos brigar por mais igualdade, liberdade e emprego. Do jeito que a situação está não pode ficar – reclama a aposentada.
A Polícia Militar estima que duas mil pessoas participam da manifestação. A pista da Avenida Paulista, sentido Consolação, está fechada na altura do Masp.