Brasília Amapá Roraima Pará |
Manaus
Web Stories STORIES
Brasília Amapá Roraima Pará

Furacões cada vez mais intensos obrigam moradores da Flórida a se adaptar; veja vídeo

Compartilhe
Furacões cada vez mais intensos obrigam moradores da Flórida a se adaptar; veja vídeo

Mundo – A Flórida está no centro de um dilema climático que afeta diretamente milhões de pessoas. O estado acumulou cerca de US$ 346 bilhões em prejuízos por furacões apenas nos últimos cinco anos, um retrato de como os desastres climáticos bilionários se multiplicaram nos EUA desde a década de 1980. Enquanto a ciência aponta para tempestades cada vez mais fortes e destrutivas, moradores se veem diante de escolhas difíceis: reconstruir, reforçar suas casas ou se mudar para áreas mais seguras.

Maria e Dave Blancett sabem bem o que significa estar na rota de uma dessas tempestades. Após aposentarem-se na Flórida, viveram o impacto do furacão Ian, em 2022, considerado o mais mortal a atingir o estado desde 1935. Foram mais de 150 mortos e um prejuízo estimado em US$ 120 bilhões, o terceiro maior da história dos EUA.

O casal, que perdeu parte do telhado e gastou US$ 130 mil em reparos, decidiu que não valia mais a pena permanecer próximo à costa. “Percebi que, se outro Ian passasse por perto, o valor dos imóveis simplesmente despencaria”, disse Dave. A solução foi mudar-se para Babcock Ranch, uma comunidade planejada para resistir a furacões.

Babcock Ranch: a cidade “à prova de tempestades”

Localizada ao norte de Fort Myers, a cidade de 7.284 hectares foi projetada com foco em resiliência climática. O sistema de drenagem inclui lagos e áreas úmidas que absorvem o excesso de água, enquanto as casas contam com janelas e portas resistentes a impactos.

Durante o furacão Ian, o olho da tempestade passou diretamente pela região. Enquanto cidades vizinhas foram devastadas, Babcock Ranch resistiu com danos mínimos. Hoje, cerca de 7.000 pessoas vivem no local, que atrai novos moradores com casas que variam de US$ 300 mil a US$ 1 milhão.

Permanecer e resistir

Mas nem todos podem ou querem abandonar suas raízes. Em Miami, Linda Williams, de 71 anos, optou por permanecer no bairro de Coconut Grove. Após perder a antiga casa por rachaduras estruturais, ela foi beneficiada por um programa municipal que reconstruiu sua moradia a 1,5 metro acima da elevação anterior, tornando-a mais segura contra enchentes.

A nova residência devolveu a ela não só a estabilidade, mas também a possibilidade de voltar a pagar um seguro habitacional. “Que bênção! Eu sou crente e digo: aleluia. Vocês não imaginam a dança de alegria que eu faço”, comemorou Linda.

O desafio das comunidades vulneráveis

Para famílias de baixa renda, a realidade é muito mais difícil. Muitas vivem em casas antigas e sem seguro, por causa dos altos custos. A organização Rebuilding Together Miami-Dade atua nesse cenário, reformando residências com telhados reforçados e janelas resistentes. Desde sua criação, em 1992, já foram recuperadas mais de 1.400 casas.

No entanto, a lista de espera é longa. “Podemos atender até 80 casas por ano, mas já temos mais de 250 famílias aguardando”, afirmou Martina Spolini, diretora da entidade.

Política e futuro incerto

Apesar da urgência, os investimentos federais em prevenção estão em queda. Programas da Fema (Agência Federal de Gestão de Emergências), que financiavam medidas de mitigação, vêm sofrendo cortes no governo Donald Trump, que chegou a anunciar planos de transferir a responsabilidade para os estados.

Para especialistas, o caminho mais eficiente continua sendo a prevenção. “Para cada dólar investido em reparos de mitigação, economizamos seis dólares após o desastre”, explicou Spolini.

Entre decisões de permanecer, reconstruir ou migrar para locais mais seguros, os moradores da Flórida já sabem que a questão não é se um novo furacão devastador virá, mas quando ele chegar.



Banner Rodrigo Colchões

Banner 1 - Portal CM7 Siga-nos no Google News Portal CM7



Carregar mais