Corinthians se manifesta sobre aumento de R$ 700 milhões na dívida do time
Brasil – O Corinthians quebrou o silêncio na noite de sexta-feira (4) sobre as notícias que apontavam um suposto aumento de R$ 700 milhões em sua dívida bruta, gerando surpresa e debate entre torcedores e conselheiros. Em uma nota oficial detalhada, o clube do Parque São Jorge, sob a gestão de Augusto Melo, esclareceu os motivos do crescimento do débito e aproveitou para antecipar alguns números do balanço financeiro de 2024, que será divulgado em breve.
Segundo a diretoria, o incremento na dívida tem duas origens principais: cerca de R$ 400 milhões são atribuídos à atual administração, enquanto outros R$ 300 milhões decorrem de juros acumulados de dívidas herdadas de gestões anteriores. O Timão também informou que o próximo balanço reconhecerá débitos antigos que não estavam devidamente registrados, evidenciando um esforço de transparência na condução das finanças.
A nota veio acompanhada de uma projeção otimista: o clube prevê registrar receita e EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recordes em sua história, além de um resultado operacional gerencial próximo de zero. “Estamos trabalhando para reestruturar o perfil da dívida e construir um Corinthians mais forte e sustentável”, afirmou a diretoria, destacando iniciativas como a adesão ao programa de Recuperação do Crédito Esportivo (RCE) e renegociações com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
Tensão com o Conselho de Orientação
O comunicado também expôs um atrito interno. A diretoria expressou surpresa com uma matéria do portal Central do Timão sobre uma reunião do Conselho de Orientação (CORI) na quinta-feira (3), na qual o aumento da dívida foi discutido. Segundo o clube, nenhum membro da diretoria foi formalmente convidado para o encontro. O diretor financeiro, Pedro Silveira, e sua equipe chegaram a esperar por mais de três horas na sede social do clube para prestar esclarecimentos, mas não foram chamados. Apenas dois funcionários, Lúcio Blanco e Vinicius Manfredi, participaram da reunião.
A gestão de Augusto Melo criticou a falta de diálogo com o CORI, contrastando com a postura colaborativa do Conselho Fiscal, que debateu o tema em um encontro produtivo na mesma quinta-feira. “Esperávamos a mesma abertura do CORI, que tem o papel de orientar a gestão”, lamentou a nota, reforçando que o Estatuto do clube atribui ao Conselho Fiscal a responsabilidade de tratar de assuntos financeiros.