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Arão não se deixa abalar por brigas jurídicas

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Autor do primeiro gol do Fla-Flu, Willian Arão é o melhor jogador rubro-negro na temporada. Com 23 anos, o volante tem mostrado maturidade para não deixar um entrave jurídico que se arrasta com o Botafogo, seu ex-clube, atrapalhá-lo em campo. Já são quatro gols (um em amistoso) e frequentes elogios de Muricy Ramalho.

Na última quarta-feira, horas antes de enfrentar o América-MG — entrou apenas no segundo tempo —, Arão teve uma audiência com o Botafogo. Nela, não houve acordo com o clube, que cobra indenização de R$ 20 milhões. As duas partes aguardam a decisão do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ), ainda sem data para acontecer.

— Não procuro saber. Deixo na mão deles (advogados) — disse Arão, ontem, no Sportv. — Tenho que me preocupar nas quatro linhas. Não adianta nada eu me preocupar e não render.

ameaça alvinegra

O Botafogo alega que os R$ 400 mil depositados na conta de Arão em 30 de novembro de 2015 seriam suficientes para assegurar a compra de 20% dos direitos econômicos que estavam sob posse do atleta. Com eles, esperava renovar o contrato.

O clube detinha 50% dos direitos; e o jogador, os outros 50%. Em negociação conduzida por Flávio Arão, pai do volante, o valor foi integralmente devolvido — mas nem chegou a voltar aos cofres alvinegros, já que foi penhorado para pagar dívidas com o zagueiro Rafael Marques.

— O atleta, ilicitamente, se recusou a cumprir a cláusula contratual que, por livre e espontânea vontade, havia assinado — afirma o vice-presidente jurídico do Botafogo, Domingos Fleury, que usou em sua argumentação na Justiça o caso entre o atacante Leandro Amaral, que, após assinar com o Fluminense, teve que voltar ao Vasco. — Se o jogador não pagar ou o Flamengo, que é solidariamente responsável, ele vai ter que ficar treinando separado até ser negociado. Ele não veste mais a camisa do Botafogo.

Mudança da legislação

A defesa de Arão — que não é feita pelo departamento jurídico rubro-negro — afirma que uma mudança nas regras da Fifa modificou o cenário. Desde maio, apenas os clubes em que os atletas estão vinculados podem deter os direitos econômicos. Assinado em 12 de janeiro de 2015, o contrato de Arão com o alvinegro foi feito em um momento de transição da legislação.

— Se pagasse R$ 400 mil, o Botafogo iria adquirir 20% dos direitos econômicos do atleta. Como a Fifa determinou o fim dos direito econômicos a partir de maio, essa cláusula ficou prejudicada. O Botafogo não tinha mais o direito de comprar — argumenta o advogado Bichara Neto.

Brigas jurídicas à parte, Arão recebe elogios de René Simões, que com frequência é citado como um dos responsáveis pela boa fase iniciada no ano passado. Para o ex-treinador do Botafogo, mais difícil que a briga judicial é a ida para um clube rival.

— O problema maior é na cabeça e isso ele já superou. É o melhor jogador do Flamengo no ano. Existe uma dificuldade em sair de um clube e ir para outro da mesma cidade, as pessoas já te conhecem e têm conceitos formados sobre vocês, alguns gostam e outro não — analisa René.

Depois de elogiar Volta Redonda, Muricy fez o mesmo com Brasília, que pode ser tornar a casa rubro-negra no Brasileiro.


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