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Exclusivo: amazonense Kethellen Avelino, do ‘Brincando com Fogo’, era abusada desde os 6 anos pelo próprio pai

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Brasil – A amazonense Kethellen Avelino, que está em evidência nas redes após ter participado do reality show Brincando com Fogo, de produção da Netflix, possui uma história traumática que a persegue até os dias atuais.

Durante uma sessão ritualística no programa, onde os participantes teriam que externar seus traumas, vieram à tona gatilhos do passado de Kethellen, que fez com que ela revelasse que era abusada sexualmente na infância pelo próprio pai.

Kethellen contou ao Portal CM7 Brasil que foi abandonada pela mãe quando tinha apenas nove meses de vida, e passou a ser criada pela avó paterna no município de Maraã, no interior do Amazonas.  Quando completou seis anos, Kethellen começou a ser aliciada dentro da própria casa, pelo pai.

Em um momento de profunda dor por praticamente reviver momentos difíceis de sua infância, Kethellen chorou bastante e hoje faz revelações dolorosas sobre o impacto das experiências emocionais perturbadoras pelas quais passou. A amazonense também revelou que tentou, por três vezes, tirar a própria vida pois não aguentava mais conviver com seu abusador, com seu genitor.

Leia, na íntegra, o que Kethellen escreveu em um momento devastador sobre esse capítulo da sua história:

“Sou Kethellen Avelino, tenho 23 anos, e sei que o mundo precisa conhecer minha história de vida. Não estou aqui para ser a coitada, e não quero que as pessoas sintam pena de mim, mas quero que me vejam como uma mulher forte que passou por tudo isso e hoje está aqui para inspirar e ajudar outras mulheres que já passaram ou passam por isso. Hoje estou com uma das maiores ferramentas e visibilidade, e sei que tenho uma missão a ser cumprida nessa terra, farei o que for preciso para que outras crianças não tenham sua infância destruída, como eu tive.

Tudo começou quando eu tinha 6 anos, ele (meu pai) esperava eu ficar sozinha em casa e me chamava para cozinha, me colocava no colo e começava a cantar: “Meu filho, Deus que lhe proteja e onde quer que esteja eu rezo por você, eu adoro ver você sorrindo, seu sorriso faz de tudo eu esquecer”. E então começava a tocar meu corpo, falando que me amava. Não conseguia entender o que estava acontecendo, mas sentia algo de errado, porque ele só fazia quando eu estava sozinha, e sempre pedia para quando eu fosse tomar banho deixar minha calcinha dentro do quarto, também não entendia o porquê.

Uma  também notei que ele estava me olhando tomar banho pela brecha do banheiro. Todas as vezes ele queria me levar  para os lugares com ele. Me colocava na frente dele na moto e me tocava, sempre queria me levar na escola dominical da igreja, e nessas vezes ele parava perto do lixão da cidade para que eu o beijasse.

Ele também me levou para morar com ele e a namorada, em Coari (interior do Amazonas) e foi onde vivi os piores momentos da minha vida. Sempre  ficava sozinha com ele porque a namorada trabalhava o dia todo e só chegava a noite, e os abusos eram constantes. Ele me ameaçava porque eu chorava muito, falava que eu nunca poderia falar para ninguém porque se eu falasse iria ser devolvida para minha mãe, iria passar fome, poderia até morrer e que a minha mãe avó nunca acreditaria em mim.

Quando completei 10 anos, assisti uma palestra na escola onde a professora disse que todas as vezes que você não conseguisse conversar e desabafar com uma pessoa, poderia escrever que ajudaria, e foi então que comecei a escrever absolutamente tudo em um diário.

Eu tinha tanto medo quando sabia que iria ficar sozinha com ele, era meu maior pesadelo. Eu me escondia, chorava para ir junto com a namorada dele para o trabalho dela. Lembro que eu orava muito perguntando pra Deus por que aquilo estava acontecendo comigo. Sentia uma dor muito grande na alma, mesmo sendo uma criança. Com 11 anos voltamos para Maraã e até eu completar 12 anos, os abusos ainda continuaram.

Foi quando minha tia achou o meu diário e leu tudo o que estava escrito. Foi desesperador para todas minhas tias. Elas também haviam passado pelo mesmo abuso, mas nunca contaram. Minha avó não conseguia acreditar, minhas tias queriam mandar prender mas minha avó ficou desesperada e por amor a ela, tivemos que abafar tudo.

Mas agora, dentro do reality, uma terapia para tratar traumas me fez voltar ao passado e tudo veio à tona.  Desmoronei, não conseguia gritar, só chorar e chorar. Levei tudo muito a sério, pra mim não foi um simples reality.  Desde que a Lana apareceu e falou que precisávamos ter conexões profundas, fiz uma autoanálise sobre meus relacionamentos passados, e percebi que sempre tive muita dificuldade de demonstrar carinhos e afeto por homens, nunca consegui me entregar de verdade, e lá dentro vi que foi por esse trauma. Mas acredito que posso tentar mudar isso”.

Tentativa de suicídio

Ao Portal CM7 Brasil, Kethellen revelou que, ainda durante a infância, em meio a tantos abusos que sofria, tentou tirar a própria vida cerca de três vezes. Hoje, ela sente que sua missão é ajudar outras crianças a não terem a infância destruída.

Entrevista

Kethellen contou mais detalhes sobre os abusos em uma entrevista exclusiva ao quadro Alfinetando, do Portal CM7 Brasil. O forte, chocante e emocionante relato da amazonense vai ao ar ainda nesta quinta-feira (05), às 20h, nas páginas oficiais do portal e também no canal 48.1 (Rede Brasil Amazonas).


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