Segundo Dinamir Ortiz, bibliotecária responsável pela divisão de Acervo Amazoniano e Obras Raras, o incêndio foi um episódio trágico, mas também inspirador. Apesar de ter sido um dia fatídico, houve uma mobilização impressionante para a reconstrução.

“Não foi só por parte dos intelectuais da época, como Álvaro Maia, que doou 2.500 obras do seu acervo pessoal, mas também da comunidade manauara como um todo. As pessoas iam de casa em casa arrecadando livros, doando… Foi realmente um esforço coletivo para recuperar e preservar um patrimônio cultural que permanece ativo até hoje, servindo a toda a comunidade”, explicou.

Espaço digital e novas tecnologias

Além dos registros físicos, a exposição conta com recursos de tecnologia e inteligência artificial que aprofundam a experiência do visitante e ampliam o conhecimento sobre esse marco da história amazonense.

No espaço digital, é possível assistir ao depoimento da escritora Etelvina Garcia, que presenciou o incêndio ainda na infância. A mostra também apresenta a leitura do boletim policial de 24 de agosto de 1945 e um trecho da reportagem publicada em 25 de agosto de 1945 no Jornal do Commercio, que cobriu o episódio.

Com o apoio da inteligência artificial, foi elaborado um relato inédito do então diretor da Biblioteca Pública, Genesino Braga, sobre o processo de doação de livros e o esforço coletivo que possibilitou a reconstrução do acervo.

Horário de visitação

A exposição “Cinzas, Memória e Reconstrução: 80 anos do Incêndio da Biblioteca Pública do Amazonas” segue em cartaz até o dia 29 de agosto, com entrada gratuita, das 9h às 15h.

A Biblioteca Pública do Amazonas está localizada na Rua Barroso, nº 57, no Centro, zona sul de Manaus, e funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h.