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Artigo: Os riscos da automedicação

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As incertezas que surgiram com a pandemia pelo novo coronavírus têm feito com que a população busque formas de prevenção por conta própria, acreditando que assim estarão mais seguras. Diante desse quadro de incertezas, muitas pessoas podem se automedicar, o que já é uma prática comum no país. Pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) revelou que quase metade dos brasileiros se automedica pelo menos uma vez por mês. O estudo revelou também que a automedicação é um ato comum para 77% dos brasileiros.

Ainda não há medicamentos ou vacinas para conter o avanço do coronavírus. Um exemplo de automedicação recente foi a explosão pelo consumo da cloroquina e da hidroxicloroaquina (versão menos tóxica que a anterior) que ainda está em fase de testes e estudos. Durante minha atuação clínica na PANDEMIA, tratei pacientes com COVID-19, doença causada pelo coronavírus, combinando Hidroxicloroquina + Azitromicina logo nos primeiros dias de infecção, e todos os pacientes apresentaram uma melhora significativa da doença. É importante ressaltar que estes medicamentos se mostraram muito eficazes no combate a sintomatologia da doença e não na eliminação do vírus no organismo, que é realizado pelo sistema de defesa do corpo. Ressalto ainda que a hidroxicloroquina é um medicamento usado há mais de 50 anos para tratamento de algumas doenças reumáticas e malária, mostrando-se segura a sua aplicação, principalmente a curto prazo.

Um estudo realizado na França, publicado pela revista Elsevier e assinado por 35 cientistas concluiu:  “Como conclusão, com base em nossa experiência, consideramos razoável seguir as recomendações feitas nos países asiáticos para o controle do COVID-19, principalmente na Coréia e na China, que consistem em testar antecipadamente o maior número possível de pacientes e tratá-los com os medicamentos disponíveis. Essa estratégia produziu resultados muito melhores do que em países onde a única política ativa implementada foi o confinamento. A administração da combinação HCQ + AZ antes da ocorrência de complicações com COVID-19 é segura e associada a uma taxa de mortalidade muito baixa nos pacientes.”

A prescrição de qualquer medicamento deve ser sempre realizada por um profissional médico. O uso indevido de medicação, sem a prescrição de profissionais habilitados, pode causar agravamento de doenças, intoxicação, surgimento de reações adversas e resistência a medicamentos, desestabilizando o pleno funcionamento do organismo.

É importante ressaltar que não existe ainda um medicamento capaz de prevenir a infecção por coronavírus. A melhor prevenção continua sendo a não exposição ao vírus, evitando aglomerações, uso regular de máscaras e higienização constante das mãos e objetos compartilhados.

Dr. Ewerton Wanderley

Médico generalista do SUS e voluntário da Cruz Vermelha Brasileira do Amazonas.

@drewertonwanderley


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