Empresas envolvidas na operação Maus Caminhos receberam mais de R$ 321 milhões de recursos públicos do Amazonas, desde 2014
A Organização Social Instituto Novos Caminhos (INC), do empresário Mohamad Mustafa, acusada pela Polícia Federal (PF) de desvio de mais de R$ 120 milhões da área de Saúde do Amazonas e de sonegação de R$ 120 milhões em impostos federais, tinha como “meta audaciosa”, “ser líder como organização social no Norte do País até 2020”.
As informações da ‘meta audaciosa’ constam no site do INC, onde está destacado que a instituição foi criada “com fins não econômicos para fornecer serviços de assistência a população, baseados nos princípios da responsabilidade social, há 14 anos no Brasil” e que, “no Amazonas, tornou-se referência na gestão de unidades na área da saúde, por conta do compromisso na realização de suas ações diretas e indiretas de maneira transparente e responsável”.
O site informa, ainda, que “o compromisso do Instituto Novos Caminhos é oferecer atendimento humanizado e com excelência aos pacientes em unidades de saúde pública” e que “ o índice de aceitação dos serviços prestados nas unidades de saúde, geridas pelo Instituto Novos Caminhos, está atrelado diretamente ao nível de sua equipe multiprofissional, que dedica seus esforços a cada dia em fazer o melhor pela sociedade”.
O INC ainda informa que sua ‘visão’ era de “excelência em gestão”, com a “missão” de “contribuir para o desenvolvimento socioambiental superando as expectativas dos nossos clientes, por meio de uma gestão moderna”, com “respeito às diferenças culturais, humanização no atendimento, comunicação: clara e precisa e zelo com o patrimônio público”.
De acordo com a PF, os indícios de irregularidades surgiram após uma auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) apontar para desvios na contratação das empresas Salvare, Total Saúde e Sociedade Integrada Médica do Amazonas Ltda. (Simea) pelo INC, que já recebeu mais de R$ 260 milhões do Fundo Estadual de Saúde (FES) do Amazonas, segundo o portal da transparência do Estado, para administrar e operar a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Campos Salles, em Manaus, a Maternidade Enfermeira Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga (AM), e o Centro de Reabilitação em Dependência Química, em Rio Preto da Eva. Somente nos últimos dois anos, o Instituto recebeu R$ 220 milhões do governo estadual.
As empresas envolvidas na operação Maus Caminhos receberam pagamentos de mais de R$ 321 milhões do Estado, desde 2014, segundo dados obtidos, também, no portal da transparência do Amazonas.
FOnte Polícia Federal – D24