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Rio Tapajós atinge 1,15 metros e afeta setor do turismo em Alter do Chão

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Amazonas – O nível do rio Tapajós atingiu 1,19 m em Itaituba e 1,15 m em Santarém nesta segunda-feira (23). A Agência Nacional das Águas (ANA) declarou, pela primeira vez, situação crítica de escassez hídrica no rio Tapajós, especialmente no trecho entre os dois municípios.

Conforme dados da Defesa Civil Municipal, o nível do rio Tapajós está 1,33 m abaixo do registrado na mesma data em 2023. Em 23 de setembro do ano passado, a régua de medição da ANA no porto da Companhia Docas do Pará, em Santarém, mostrava 2,48 m.

A vila balneária de Alter do Chão, destino turístico popular em Santarém, já sente os efeitos da severa estiagem. Há duas semanas, os catraieiros, que fazem a travessia de banhistas da Orla da vila até a Ilha do Amor, principal praia local, estão parando as catraias (canoas a remo) devido à diminuição do volume de água no canal. Essa travessia é a principal fonte de renda para esses trabalhadores.

Em relação à cota de alerta de escassez hídrica, que é de 2,10 m, o nível do rio Tapajós em Santarém já está 95 cm abaixo. O recorde histórico de seca no Tapajós foi alcançado em 2023, quando o nível do rio caiu para 44 cm. O recorde anterior era de 50 cm, registrado em outubro de 2010.

Com a média de queda de 0,6 cm por dia no nível do rio, o Governo Federal declarou, no dia 19, situação de emergência em cinco municípios do oeste do Pará: Santarém, Juruti, Prainha, Óbidos e Oriximiná.

Com a portaria Nº 3.162 do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), as prefeituras dessas cidades podem solicitar recursos federais para ações de Defesa Civil, visando mitigar os impactos da estiagem.

Em Santarém, conforme levantamento da Defesa Civil, as áreas mais afetadas pela escassez hídrica incluem:

– Aritapera
– Arapixuna
– Tapará
– Lago Grande
– Ituqui
– Urucurituba
– Resex – Tapajós / Arapiuns
– PAE Lago Grande
– Distrito de Alter do Chão e Lago do Maicá

Nessas regiões, a navegação, o acesso a água potável e alimentos estão comprometidos. Os pescadores também enfrentam dificuldades devido à seca. Em uma cena notável, um transportador fluvial de alunos do ensino fundamental na comunidade Pau da Letra, na região de Boim, foi considerado um herói ao carregar 13 crianças, uma a uma, nos ombros, para que pudessem chegar à escola e não perder uma prova.

A embarcação que transporta as crianças precisa parar longe da margem para evitar encalhar, dado o baixo nível de água em Boim.

Para facilitar a ajuda às comunidades, a Prefeitura de Santarém decretou situação de emergência em 17 de setembro, mobilizando órgãos municipais e voluntários, além de promover campanhas de arrecadação. A licitação foi dispensada para aquisição dos bens necessários ao atendimento da situação emergencial, incluindo obras e serviços que possam ser finalizados em até um ano.


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