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Tragédia sem fim: falta de fiscalização e descaso causam m0rtes diárias no trânsito em Manaus

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Manaus – A capital amazonense tem sido palco de uma série de acidentes de trânsito trágicos e frequentes nos últimos meses, trazendo à tona uma agravante preocupação com a segurança nas vias urbanas. Entre julho e setembro, Manaus registrou uma série de acidentes graves que não apenas resultaram em perdas de vidas, mas também destacaram a alarmante falta de fiscalização e controle das autoridades de trânsito.

No último domingo (1), motoristas foram flagrados realizando manobras arriscadas com carretas no bairro Tarumã, zona Oeste de Manaus. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram uma carreta fazendo zigue-zague em alta velocidade, além de soltar rojões e impedir a passagem de outros veículos. Tal comportamento não só representa uma infração grave, mas também coloca em risco a segurança de todos na via. O artigo 169 do Código Brasileiro de Trânsito classifica essas ações como dirigir sem atenção ou cuidados indispensáveis à segurança, o que pode levar a penalidades severas para os infratores.

Apesar da gravidade dos acidentes e da crescente indignação da população, a fiscalização parece não acompanhar o aumento das infrações. O Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) e o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) têm sido amplamente criticados pela falta de uma presença efetiva nas ruas de Manaus. As recentes imagens de caminhões trafegando em zigue-zague e colidindo com passarelas destacam uma clara ausência de controle e fiscalização.

O Detran-AM, responsável pela regulamentação e fiscalização do trânsito no estado, e o IMMU, que supervisiona a mobilidade urbana na capital, parecem estar aquém de suas responsabilidades. As denúncias e reclamações sobre a falta de fiscalização adequada são cada vez mais frequentes, e a ausência de ações efetivas para coibir as infrações contribui para o aumento do número de tragédias no trânsito.

População pede fiscalização

A sociedade de Manaus está cada vez mais revoltada com a situação. A falta de fiscalização efetiva do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) e do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) tem sido um fator crítico na perpetuação desses incidentes. A falta de presença constante e a ineficácia das medidas de controle contribuem para a crescente onda de infrações e acidentes.

Os recentes eventos demonstram a necessidade urgente de reforço nas ações de fiscalização. É fundamental que as autoridades intensifiquem a supervisão das vias, implementem tecnologias de monitoramento e apliquem rigorosamente as leis de trânsito para garantir a segurança dos motoristas e pedestres.

“É inaceitável que esses acidentes continuem ocorrendo com tanta frequência e que a fiscalização permaneça ineficaz. A população está exigindo medidas concretas e uma resposta mais firme das autoridades para garantir a segurança nas nossas ruas,” afirmou um morador indignado.

Relembre os últimos acidentes fatais

No dia 16 de maio, um caminhão desgovernado chocou-se contra duas residências na Travessa Rio Branco, no bairro São Raimundo, causando danos significativos às casas e gerando um grande congestionamento na região. Embora não houvesse vítimas fatais, o episódio ilustra o potencial destrutivo de acidentes envolvendo veículos pesados.

No dia 14 de junho, um motoqueiro não identificado foi tragicamente esmagado por uma carreta na Estrada do Aeroporto. A vítima morreu no local, destacando a gravidade dos acidentes envolvendo veículos de grande porte.

Outro caso marcante ocorreu em 26 de junho, quando uma carreta ficou presa sob um viaduto na Avenida João Valério, no Centro-Oeste de Manaus. O motorista tentou ultrapassar um limite de altura sinalizado e ficou preso, causando um grande engarrafamento e danos à estrutura.

Em 7 de julho, a Avenida Torquato Tapajós foi o cenário de um colapso estrutural quando uma carreta atingiu uma passarela. O incidente resultou em ferimentos para um pedestre e um motociclista, levantando questões sobre a integridade das infraestruturas de trânsito na cidade.

Mais recentemente, em 19 de julho, um homem, cuja identidade ainda não foi revelada, morreu após cair de sua motocicleta no bairro Distrito Industrial I. A vítima estava sob efeito de álcool no momento do acidente, o que contribuiu para a gravidade da colisão.

Em 21 de julho, Antônio Ecimar Cordeiro de Souza, de 46 anos, faleceu após colidir com um carro na Rua Aires da Cruz, no bairro Santa Etelvina. O motorista do carro permaneceu no local e cooperou com as autoridades.

No dia 23 de julho, uma carreta tombou na Avenida Rodrigo Otávio, no bairro Japiim, destruindo um muro e danificando dois carros. Embora não houvesse vítimas, o acidente causou transtornos no trânsito da região.

 

No dia 7 de agosto, Hélio Queiroz Silveira Neto, um motaxista de 30 anos, perdeu a vida em um trágico acidente na Avenida Guaruba, no Distrito Industrial I. Hélio estava transportando sua esposa quando, ao tentar desviar de uma carreta, colidiu com outro veículo pesado estacionado. A esposa foi hospitalizada, mas Hélio não sobreviveu.

Em 13 de agosto, uma manobra arriscada de uma carreta na Avenida Torquato Tapajós trouxe a tona a imprudência no trânsito.

Em 15 de agosto, uma mulher perdeu a vida após um acidente envolvendo uma motocicleta e um carro na Avenida Coronel Teixeira, no bairro Ponta Negra. Ela era empregada doméstica e estava a caminho de casa no momento do acidente. O motociclista foi hospitalizado.

Um dos episódios mais devastadores aconteceu em 18 de agosto, quando Rhaykellen dos Anjos, de 24 anos, foi tragicamente morta na Avenida Buritis, no Distrito Industrial. Rhaykellen estava na garupa de uma motocicleta quando o veículo perdeu o controle e caiu sob um caminhão que transportava cilindros. A jovem sofreu ferimentos fatais, e o acidente deixou a comunidade em estado de choque. A investigação está em andamento para determinar as responsabilidades.

No dia 23 de agosto, Rodrigo dos Santos Maia, motorista de aplicativo, morreu ao ser atropelado por uma picape na Avenida Torquato Tapajós. O motorista da picape fugiu sem prestar socorro.

Um dos episódios mais controversos ocorreu no dia 30 de agosto, quando um trágico acidente de trânsito envolveu o candidato a vereador Dr. Cleverson Redivo. Conhecido por sua atuação como médico perito legista, Dr. Cleverson colidiu com uma motocicleta na Avenida Coroado, resultando na morte do motoqueiro e deixando uma passageira gravemente ferida.

O acidente gerou grande indignação não apenas pela tragédia em si, mas também pela postura do vereador após o ocorrido. Embora tenha sido detido e levado à Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Dr. Cleverson foi liberado poucas horas depois, o que causou revolta entre os familiares da vítima e a população. A rápida liberação do vereador levanta questões sobre a influência política e o tratamento desigual em casos de acidente de trânsito.

O mais recente acidente ocorreu nesta terça-feira, 3 de setembro, quando uma carreta tombou sobre um veículo de passeio próximo ao Porto do Chibatão. A vítima, Italo da Silva Prado, de 32 anos, foi encontrada sem vida entre as ferragens do carro destruído.

A situação exige uma resposta rápida e eficaz das autoridades competentes. É crucial que o Detran-AM e o IMMU intensifiquem suas ações de fiscalização, adotem medidas preventivas mais rigorosas e garantam que todos os responsáveis por infrações sejam devidamente punidos. A segurança no trânsito deve ser uma prioridade, e a população de Manaus merece respostas e ações que assegurem que tragédias como as que têm ocorrido não sejam mais uma constante na cidade.

Enquanto a investigação continua e a sociedade aguarda ações concretas, a esperança é que essas tragédias sirvam como um alerta para uma mudança real nas políticas de trânsito e na fiscalização, promovendo um ambiente mais seguro para todos os cidadãos.


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