“Ninguém fez nada”, diz marido ao saber que esposa grávida perdeu o bebê por negligência na maternidade Balbina Mestrinho; veja vídeo
Amazonas – Uma tragédia marcou a vida de Hillary Hayser de Melo Lobato, de apenas 20 anos, e sua família na Maternidade Balbina Mestrinho, em Manaus. Grávida e com sinais evidentes de que o parto estava próximo, Hillary deu entrada no hospital às 6h da manhã desta segunda-feira (12/5). Após horas de espera sem atendimento adequado, ela perdeu seu bebê, que ainda permanece em seu ventre. A família acusa a unidade de negligência médica, afirmando que a demora e a falta de ação resultaram na morte da criança.
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Marcos Natalino Freire Lioça, esposo de Hillary, relatou ao portal CM7 Brasil o sofrimento enfrentado pela jovem. “Foi um descaso total. Minha esposa estava em sofrimento, implorando para ser atendida, e ninguém fazia nada. O bebê estava vivo quando chegamos. Eles demoraram demais. Agora, saímos daqui com um sonho destruído”, desabafou Marcos, visivelmente abalado.
Segundo ele, Hillary chegou à maternidade sangrando e com a bebê ainda se mexendo. Exames realizados no domingo (11) em um hospital particular, onde ela foi atendida com 3 cm de dilatação, foram desconsiderados pela Balbina Mestrinho. Apesar dos alertas sobre a urgência, o hospital exigiu novos exames e optou por aplicar medicamentos para induzir a dilatação, em vez de realizar uma cesariana. Horas depois, uma ultrassonografia revelou que a criança não apresentava mais batimentos cardíacos.
“Conversei com o enfermeiro e o médico, disse que era urgência, mas falaram de protocolo. Minha esposa está com a bebê morta dentro dela, sentindo dor, e não nos dão laudo, só pedem calma”, relatou Marcos. Ele expressou preocupação com a saúde de Hillary, que pode sofrer complicações devido à demora na retirada do bebê.
A sogra de Marcos também manifestou revolta. “É revoltante. Ela precisava de cesariana urgente, estava sangrando, e dizem que é protocolo. Protocolo para quê? Para deixar uma vida se perder?”, questionou. A família apontou irregularidades nos registros do hospital, que indicam a entrada de Hillary às 9h, quando ela chegou às 6h30.
A tragédia de Hillary não é um caso isolado. Outro pai, que preferiu não se identificar, compartilhou sua experiência na mesma maternidade durante a transmissão do CM7 Brasil. “Passei 12 dias aqui com minha esposa. Não é culpa do governador ou do diretor, é um problema humano. Tem bons profissionais, mas outros são ríspidos, sem empatia. Tratam as pessoas de forma grosseira. Tem veterinário que trata melhor um animal de rua do que certos profissionais tratam pacientes aqui”, desabafou. Ele relatou que sua esposa também sofreu maus-tratos e falta de cuidado, embora sua filha, internada no terceiro andar, esteja recebendo atendimento de alguns profissionais dedicados. “Essas pessoas que juram fazer isso ‘por amor’, que amor é esse?”, questionou.
A equipe de reportagem tentou contato com a direção da maternidade e a assistente social, mas foi orientada a procurar a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas (SES-AM). Até o momento, não houve posicionamento oficial. A SES-AM foi procurada, e o espaço permanece aberto para esclarecimentos.