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Escândalo ambiental: dragas da Pomar destroem áreas turísticas e levantam suspeitas de corrupção em Manaus; veja vídeos

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Escândalo ambiental: dragas da Pomar destroem áreas turísticas e levantam suspeitas de corrupção em Manaus

Manaus –  Desde o início deste ano, uma série de flagrantes vem escancarando a ação criminosa de dragas ilegais que têm atuado na extração irregular de areia em áreas turísticas da região metropolitana de Manaus, gerando preocupação e revolta entre os moradores e autoridades locais.

No dia 7 de janeiro de 2024, um vídeo viralizou nas redes sociais, mostrando o momento em que dragas estavam retirando areia da famosa Praia da Lua. Situada na margem esquerda do rio Negro, a cerca de 23 quilômetros de Manaus, essa paradisíaca praia fluvial é conhecida por seu formato peculiar, semelhante ao quarto crescente da lua, e é acessada por barcos e lanchas.

O caso chamou imediatamente a atenção das autoridades ambientais, desencadeando a operação “A Praia é Nossa”, realizada pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e pela Polícia Federal. O objetivo da operação era prevenir e reprimir a extração ilegal de ouro e areia na região.

 

Em resposta à denúncia sobre a atividade ilegal na Praia da Lua, os policiais federais se dirigiram ao local e encontraram uma balsa de dragagem em plena ação. Devido à impossibilidade de remoção da embarcação, as autoridades decidiram inutilizar a draga ali mesmo. A Polícia Federal declarou que a balsa causou “danos ambientais irreparáveis” e afirmou que uma investigação rigorosa seria conduzida para identificar e responsabilizar os culpados pelos crimes ambientais, destacando que os investigados poderiam enfrentar acusações que variam desde danos ambientais até associação criminosa.

No entanto, esse não foi um incidente isolado. Em outra polêmica ocorrida em 17 de janeiro de 2024, trabalhadores da feira da Manaus Moderna denunciaram ao Portal e TV CM7 Brasil a presença de dragas clandestinas na Praia da Ponta Branca, extraindo areia ilegalmente. Surpreendentemente, foi descoberto que essa draga não possuía licença ambiental para operar, levantando questionamentos sobre falhas na fiscalização e regulamentação das atividades de extração na região e anuência dos poderes municipais e estaduais. Veja vídeo:

Esses eventos recentes vêm somar-se a uma série de casos anteriores envolvendo a extração ilegal de recursos minerais na Amazônia. Em outubro de 2023, a operação “Draga Zero”, liderada pela Polícia Federal em colaboração com o Ibama e a Marinha do Brasil, também destruiu essas balsas que estava circulando próximo a Ponte Jornalista Phelippe Daou, mais conhecida como Ponte Rio Negro. 

Na mira

Agora, o Ministério Público Federal (MPF) entrou em ação, abrindo um Inquérito Civil para investigar possíveis irregularidades relacionadas à extração de recursos minerais, especialmente areia, pela Construtora Pomar Ltda, contratada pela Secretaria Municipal de Obras de Manaus por uma quantia exorbitante de R$ 119 milhões. Suspeitas sérias de licenciamento inadequado e operações de dragagem irregulares na foz do rio Tarumã-Açu levantaram questões sobre a efetividade e a legitimidade das operações da empresa.

O documento do MPF também cita o seguinte: “CONSIDERANDO a informação apresentada pelo MPC no sentido de que “consoante projeto exibido pela SEMINF a este MPC, a draga e a balsa teriam sido contratadas pelo Municipio para desassoreamento do canal na enseada da margem esquerda da foz do Tarumã (marina do David, segundo croqui incluso), mas têm sido avistadas na margem oposta, mesmo após operação de fiscalização do IPAAM e Policia Federal de 07 de janeiro último, ainda hoje, dragando areia da região da Praia da Lua (na foz, margem direita do Tarumã)”, ou seja, diretamente relacionados com os eventos e denúncias desde o início de 2024.

O MPF também questionou a contratação da Pomar Ltda sem licitação, no último dia útil de 2023, para desobstruir igarapés, levantando dúvidas sobre a necessidade e a legitimidade desses serviços, especialmente considerando que a empresa foi avistada realizando atividades suspeitas na Praia da Lua, em vez de cumprir suas obrigações contratadas.

 


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